Petróleo faz saldo entre importação e exportação ter pior semestre em 18 anos
O saldo entre as exportações e as importações do Brasil teve o pior semestre em 18 anos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A grande vilã dessa conta foi a importação de petróleo e derivados pela Petrobras.
A chamada balança comercial brasileira acumulou, de janeiro a junho, um saldo negativo de US$ 3 bilhões. É o pior resultado desde 1995, quando o resultado negativo atingiu US$ 4,227 bilhões.
As importações somaram a cifra recorde de US$ 117,516 bilhões entre janeiro e junho passado, 8,4% a mais do que em igual período de 2012, pela média diária. Já as exportações somaram US$ 114,516 bilhões no período, com queda de 0,7% também pela média diária.
Quando se exclui o efeito das exportações e importações de petróleo e derivados, o resultado do primeiro semestre fica positivo em US$ 8,976 bilhões.
"Isso mostra o real impacto da conta petróleo", disse a secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Prazeres.
Segundo ela, sem esse segmento, as exportações teriam tido alta de 5,4% no semestre. Para a secretária, o cálculo mostra a "dinâmica" da balança comercial de janeiro a junho.
Resultado de junho surpreende
Se considerado isoladamente, o resultado do mês de junho veio melhor que o esperado por analistas: saldo positivo de US$ 2,394 bilhões. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2011, quando as exportações superaram as importações em US$ 4,4 bilhões.
Na comparação com igual mês do ano passado, houve um grande avanço no saldo do comércio exterior brasileiro. Junho de 2012 registrou US$ 800 milhões de superávit.
As vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 21,227 bilhões em junho deste ano, ante US$ 19,353 bilhões no mesmo mês de 2012. As importações de junho alcançaram US$ 18,833 bilhões, pouco acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 18,553 bilhões.
Em maio, a balança comercial havia registrado superavit de US$ 758 milhões.
Desempenho deve ser fraco em 2013
Mesmo com a melhora do desempenho nos últimos dois meses, a balança comercial brasileira deve apresentar em 2013 um dos piores resultados dos últimos anos, influenciado pelo comércio internacional enfraquecido, que reduz as exportações do país, e pelo impacto negativo do registro neste ano de importações de gasolina feitas pela Petrobras em 2012.
O efeito desses fatores levou o Banco Central a reduzir para US$ 7 bilhões a previsão de superavit da balança comercial para 2013, menos da metade da projeção anterior de saldo positivo de US$ 15 bilhões.
(Com Reuters e Valor)
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