Estacionamento de bike em SP oferece banho e chapinha por R$ 17
O desejo de tomar uma ducha antes de entrar em uma reunião de negócios e de ter um lugar seguro para deixar a sua bicicleta durante os compromissos motivou o biólogo Fabio Samori, 39, a abrir o Aro 27.
O local é um estacionamento de bikes, com vestiário e café, inaugurado em julho, no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP).
Por R$ 17, o cliente do Aro 27 pode estacionar sua bike pelo período que quiser, entre 6h e 20h, e tomar um banho. O estabelecimento também fornece armário, sabonete líquido, toalha, secador de cabelo e, até, chapinha no vestiário feminino.
O armário pode ser utilizado pelo ciclista durante o período em que a bike ficar no estacionamento.
São 40 vagas para bicicletas e oito chuveiros com aquecimento solar. O espaço possui, ainda, uma área de café com 48 lugares, onde são servidos refeições e lanches.
“São Paulo é uma cidade com muitos morros, então, não dá para andar de bicicleta sem suar. Por isso, achei legal criar um espaço para o ciclista poder tomar banho e guardar a sua bike”, diz.
A criação do negócio exigiu um investimento inicial de R$ 300 mil. Samori diz que seu público-alvo são as pessoas que gostam de pedalar, mas não incluem a bicicleta na rotina por falta de lugares seguros para estacionar e por chegarem desarrumadas ao seu destino.
“Em um mês de funcionamento, tenho cerca de sete clientes cativos, que se identificaram com a proposta. É um serviço novo e meu desafio é mudar os hábitos das pessoas.”
Por enquanto, a maior parte do faturamento deve vir do café, onde são servidas cerca de 50 refeições por dia. A meta é que em oito meses o estacionamento de bicicletas represente metade do faturamento.
Para conquistar os clientes, o Aro 27 oferece planos mensais, trimestrais, semestrais e anuais, como num estacionamento de carros. Esses clientes ganham benefícios como lavagem e revisão de itens da bicicleta.
Os preços variam de R$ 75,50, para um plano anual que permite estacionar e tomar banho cinco vezes por mês, a R$ 308, para um plano mensal com estacionamento e banho 22 dias do mês.
Empresário abre loja aos domingos para atender clientes da ciclofaixa
O empresário Edegar Rodrigues, 46, dono da bicicletaria Opção Bike, também na capital paulista, abre a loja todos os dias, inclusive, aos domingos e feriados, para conquistar os ciclistas que pedalam na ciclofaixa.
A loja fica próxima ao elevado Costa e Silva, viaduto que é aberto para lazer nesses dias. Ele aproveita que o fluxo de ciclistas aumenta na região para entregar cartões e divulgar os serviços que oferece no estabelecimento.
"Não me incomodo por trabalhar todos os dias. Só não abro a loja quando está muito frio ou chovendo porque nesses dias o pessoal não pedala muito."
A estratégia deu certo, segundo ele. Desde que a ciclofaixa de lazer da avenida Paulista foi inaugurada, em setembro de 2012, ele diz que percebeu um aumento no número de clientes.
O investimento inicial foi de R$ 60 mil e, além de vender bicicletas, a loja faz montagem e manutenção.
Cidades pequenas oferecem mais oportunidade para negócio
Segundo especialistas, as melhores oportunidades de negócio na área estão em cidades de pequeno e médio portes.
Para eles, o volume de pessoas que usa a bicicleta como meio de transporte ou para lazer nas grandes capitais ainda é pequeno, por isso não há perspectiva para o negócio no setor crescer com facilidade nessas regiões. Já nas cidades menores, com pequenas distâncias a serem percorridas, é mais visível que a população utiliza mais a bicicleta no seu dia a dia.
Uso da bicicleta deve crescer, diz especialista em mobilidade
Segundo Enéas Rente Ferreira, do Núcleo de Estudos em Mobilidade Urbana da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) de Rio Claro (173 km a noroeste de São Paulo), a tendência é que o uso da bicicleta aumente nos próximos anos.
Ele diz que o crescimento do número de ciclistas ocorre progressivamente há cerca de cinco anos, sem sinais de diminuição. Mas, para viabilizar esse crescimento, o governo precisa investir mais em políticas públicas, como implementação de ciclovias e sinalização, para aumentar o número de ciclistas.
“A pressão da sociedade está trazendo conquistas como a aceitação de bicicletas em trens e metrôs, bicicletários nas estações, implantação de ciclofaixas de lazer e até uma lei que obriga prédios novos e reformados a terem estacionamento para bicicletas. O Estado está dando mais espaço para a bicicleta”, afirma.
Segundo estimativa da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Bicicletas e Similares), a frota nacional de bicicletas atualmente é de 70 milhões unidades.
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