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Kombi sai do mercado com campanha saudosista; relembre anúncios antigos

Do UOL, em São Paulo

11/10/2013 06h00

Ricardo conta que nasceu no banco traseiro da Kombi do tio, enquanto sua mãe era levada para o hospital, em trabalho de parto. Antonio diz que "morou" numa Kombi por um ano e três meses, quando rodou mais de 30 mil quilômetros por todo o Brasil. Anselmo lembra dos anos 70, época em que, criança, ia de Kombi para São Vicente, no litoral sul de São Paulo, com toda a família.

"A Kombi me deixou tantas e tão boas memórias", diz um internauta. "Com certeza vai deixar muitas saudades", lamenta outro.

Histórias saudosistas como essas marcam a despedida da Kombi no Brasil. A Volkswagen, que vai parar de fabricar o modelo em dezembro, está colhendo memórias de internautas numa campanha para o que chama de "deslançamento" do veículo, que deixa de ser fabricado em dezembro.

Criada pela AlmapBBDO, a ação tem um site especial em que usuários podem contar as histórias vividas com o veículo, enviando textos, fotos ou vídeos. "Todo mundo tem uma história com a Kombi", diz a campanha. Mais de 130 casos já foram relatados no site.

Edição especial de luxo

Também como parte da despedida, a Volkswagen colocou no mercado 1.200 unidades de uma série especial retrô da Kombi, chamada de "Last Edition" (última edição, em inglês), que traz a pintura conhecida como "saia e blusa": é branca na parte superior e azul na parte de baixo.

O acabamento interno é de luxo, com cortinas em tear azul nas janelas laterais e braçadeiras com o logotipo da marca bordado, decoração típica das versões mais caras vendidas nos anos 1960 e 1970. Custa a partir de R$ 85 mil.

A Kombi foi lançada mundialmente em 1951. Até 1953, era montada no Brasil num galpão do bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. A partir de 1957, começou ser produzida aqui dentro do país, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Foi o primeiro modelo que a alemã Volkswagen produziu no país e o primeiro feito pela empresa fora da Alemanha. A partir dos anos 1970, os veículos produzidos no Brasil começaram a ser exportados para países como Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai.

Desde setembro de 1957 até julho de 2013, foram produzidas 1.551.140 unidades do modelo na fábrica de São Bernardo do Campo. A Kombi foi comercializada no Brasil para usos diversos: serviu como carro ambulância, carro funerário, de Polícia, Corpo de Bombeiros e de reportagem de televisão e rádio. Também foi usado como escritório volante, biblioteca circulante, e lanchonete.