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Lucro da Petrobras sobe 11,3% e atinge R$ 23,57 bilhões em 2013

Do UOL, em São Paulo

25/02/2014 20h12Atualizada em 25/02/2014 20h44

A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou, na noite desta terça-feira (25), lucro líquido de R$ 23,57 bilhões em 2013. O resultado representa alta de 11,3% em relação a 2012, quando a estatal teve lucro líquido de R$ 21,18 bilhões e registrou seu pior desempenho em oito anos. 

A divulgação do balanço da empresa tinha sido adiada do dia 14 para hoje.

"Esse aumento é explicado pelos maiores preços de venda de combustíveis, função dos 3 reajustes do diesel e 2 da gasolina realizados ao longo do ano, pelo significativo aumento da produção de derivados em nosso parque de refino, pelos expressivos resultados de redução de custos e aumento de produtividade bem como pelos ganhos com as operações de venda de ativos", afirma a presidente Graça Foster, no comunicado da empresa ao mercado.

Somente no quarto trimestre, o lucro líquido da estatal foi de R$ 6,281 bilhões, acima do esperado por analistas de mercado.

O resultado de outubro a dezembro teve alta de 85% em relação ao de julho a setembro (R$ 3,395 bilhões), mas uma queda de 19% em relação ao último trimestre de 2012 (R$ 7,747 bilhões).

Para 2014, a empresa informou que prevê aumentar sua produção em 7,5% em relação a 2013.

Momento difícil na Bolsa

As ações da empresa têm enfrentado uma crise de confiança nos últimos meses na Bolsa de Valores.

Em 18 de novembro, a ação atingiu um pico de R$ 21,44, em meio a rumores sobre a alta da gasolina. De lá até esta terça-feira (25), as perdas atingiram 33,86%.

Somente no mês de janeiro, o papel preferencial da Petrobras (PETR4) recuou 13,9% na Bovespa.

Preços controlados pelo governo 

A Petrobras compra combustíveis no exterior e revende-os no Brasil por um preço mais baixo, controlado pelo governo.

Essa diferença afeta as contas da estatal. Por isso, a empresa tentou negociar a criação de uma "fórmula" para calcular futuros reajustes da gasolina e do diesel, e cobrir eventuais alta dos preços no mercado internacional ou, ainda, o efeito da alta do dólar. 

A política de reajustes causou atritos entre a presidente da companhia, Graça Foster, e a presidente Dilma Rousseff, preocupada com o controle da inflação no país. 

O último ajuste de preço dos combustíveis foi em 30 de novembro. A Petrobras não revelou a "fórmula" que será adotada para calcular os próximos reajustes e informou que eles não serão automáticos.

Mudança contábil 'segura' impacto do dólar caro

A empresa anunciou em julho uma mudança contábil que permite registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial. Essa medida tem ajudado os resultados da petrolífera.

A manobra é legal e permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto.

No caso da Petrobras, a companhia usará o petróleo que exportará no futuro para anular a perda cambial no presente. Uma espécie de proteção (hedge) contra a variação cambial.

(Com agências)