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Ana Botín, nova presidente do Santander, promete adotar a estratégia do pai

Comunicação/Banco Santander
Imagem: Comunicação/Banco Santander

Macarena Muñoz

Da Bloomberg

15/09/2014 12h39

15 de setembro (Bloomberg) – A presidente do conselho do banco Santander, Ana Patricia Botín, em seu primeiro contato com os acionistas desde que assumiu o cargo do pai na semana passada, comprometeu-se a dar continuidade à estratégia dele, caracterizada por uma “visão clara” e por “assumir riscos de modo prudente”.

“O grupo tem a base de capital, a solidez de balanço e a capacidade de geração de renda necessárias” para o crescimento, disse Ana Botín hoje em Santander, Espanha, na reunião com investidores que foi convocada para a compra da unidade brasileira do banco. Tendências “positivas” de ganhos se estenderam ao terceiro trimestre, disse ela.

Essa foi a primeira aparição de Ana Botín, 53, após ser nomeada presidente do conselho no dia 10 de setembro depois da morte de seu pai, Emilio Botín, na véspera à noite, aos 79 anos. Ana Botín enfrenta a preocupação dos investidores de que o capital esteja mais fraco do que o de certos rivais enquanto afirma sua liderança no banco, que sua família ajudou a dirigir durante mais de um século.

“O primeiro desafio é manter a coesão interna no banco”, disse David Vaamonde, analista do Main First Bank em Madri, que classifica o desempenho do Santander como fraco. “Manter um banco com uma proporção de capital inferior à de seus pares é outro desafio importante”.

Apoio do conselho

De tailleur preto risca de giz e lenço vermelho, Botín disse que conta com o apoio do conselho, que ela integra há mais de 25 anos. A família possui cerca de 2% do Santander.

Os acionistas se reuniram na cidade portuária de Santander, onde o banco foi fundado em 1.857, e aprovaram os projetos para emitir ações a fim de apoiar um lance de 4,7 bilhões de euros (US$ 6 bilhões) por até 25% da unidade brasileira que ainda não é de sua propriedade. Se todos os investidores aceitarem a oferta, o Santander vai gerar ações que representam 5,6% do capital do banco.

“Manter a trajetória de sucesso das últimas décadas não será fácil: a concorrência e as questões regulatórias nunca foram tão exigentes”, disse Botín.

O Santander é um dos poucos bancos europeus que não publica regularmente sua proporção de capital em cumprimento pleno de aplicação do acordo de Basileia 3. Em janeiro, Emilio Botín disse que, com essa medida, o banco pretendia chegar a uma proporção de capital de 9% até o fim deste ano.

“Nós achamos que eles têm pouco capital”, disse Andrea Williams, que ajuda a administrar cerca de 50 bilhões de libras (US$ 81 bilhões) como diretora de ações europeias na Royal London Asset Management em Londres, em entrevista pelo telefone. “Ela delega um pouco mais e tem uma boa equipe – gostaria de acreditar que ela dará mais ouvidos à gerência”.