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País não economiza para pagar juros e contas ficam negativas em R$ 7,3 bi

Do UOL, em São Paulo

30/09/2015 10h52Atualizada em 30/09/2015 12h22

O setor público brasileiro (que inclui o governo central, governos estaduais e municipais e empresas estatais) não conseguiu economizar para pagar os juros da dívida pública em agosto. Esse resultado é chamado de primário.

O deficit primário mensal foi de R$ 7,31 bilhões; analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam resultado negativo de R$ 14,45 bilhões.

Pelos cálculos do Banco Central, que têm pequenas diferenças metodológicas em relação aos do Tesouro, o governo central teve resultado negativo de R$ 6,9 bilhões.

As empresas estatais tiveram deficit de R$ 202 milhões, enquanto o dos governos regionais (Estados e municípios) foi de R$ 174 milhões.

Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (30).

Em 12 meses, rombo é de 0,76% do PIB

No acumulado em 12 meses, o rombo primário é de R$ 43,8 bilhões, o que representa 0,76% do PIB (Produto Interno Bruto).

Houve queda em relação a julho, quando o deficit de R$ 51 bilhões correspondia a 0,89% do PIB.

No ano, o deficit primário acumulado é de R$ 1,1 bilhão, contra um resultado positivo de R$ 10,2 bilhões de janeiro a agosto do ano passado.

Dívida bruta do setor público chega a 65,3% do PIB

A dívida bruta do setor público alcançou R$ 3,74 trilhões em agosto, o que representa 65,3% do PIB. Houve alta de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Resultado está longe da meta do governo

Mesmo com resultado primário melhor que o esperado por analistas, o patamar segue longe da meta perseguida pelo governo, de um superávit primário consolidado equivalente a 0,15% do PIB em 2015.

Jogam contra o atingimento da meta fiscal o fraco cenário econômico, com implicações sobre a arrecadação tributária.

Também devem ser consideradas as indefinições políticas e a intensa instabilidade do mercado, marcada pela disparada do dólar especialmente após o país perder o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

Isso porque a equipe econômica condicionou o fechamento das contas no azul em 2015 à obtenção de receitas extras que somam R$ 26,4 bilhões.

Parte delas depende do aval do Congresso num momento em que a base de apoio ao Executivo encontra-se em xeque. O governo também espera obter recursos com concessões, mas a realização das operações depende das condições de mercado, hoje deterioradas pela elevação dos riscos percebidos pelos agentes econômicos.

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