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Brasil cai em ranking de competitividade e fica atrás de Ruanda e Irã

Do UOL, em São Paulo

27/09/2016 19h01

O Brasil caiu seis posições em um ranking anual que mede a competitividade de 138 países e ocupa neste ano o 81º lugar. É o pior resultado para o país desde 2007, início do levantamento. Com isso, o Brasil ficou atrás de países como Ruanda (52º), Sri Lanka (71º) e Irã (76º). 

Desde 2012, o Brasil perdeu 33 posições no Relatório Global de Competitividade.

O resultado aponta para um agravamento da desaceleração do crescimento e da produtividade, segundo o relatório, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral.

Na América Latina, México e Colômbia foram destaque na melhora dos indicadores, segundo a pesquisa. O México subiu seis posições e ocupa a 51ª posição, enquanto a Colômbia se manteve estável, na 61ª posição.

Os 10 melhores e os 10 piores

A Europa é o continente que concentra o maior número de países altamente competitivos. Oitos dos dez países menos competitivos da pesquisa são africanos, com exceção do Iêmen, último colocado, e da Venezuela.

De acordo com o relatório, os países com piores indicadores de competitividade se caracterizam por instituições não confiáveis, infraestrutura deficiente e educação não inclusiva e de baixa qualidade, além de sistema de saúde precário e fortemente dependente.

Os 10 mais competitivos: 

  • 1º Suíça
  • 2º Cingapura
  • 3º Estados Unidos
  • 4º Holanda
  • 5º Alemanha
  • 6º Suécia
  • 7º Reino Unido
  • 8º Japão
  • 9º Hong Kong
  • 10º Finlândia

Os 10 menos competitivos: 

  • ​138º Iêmen
  • 137º Mauritânia
  • 136º Chade
  • 135° Burundi
  • 134º Malaui
  • 133º Moçambique
  • 132º Serra Leoa
  • 131º Libéria 
  • 130º Venezuela
  • 129° República Democrática do Congo

Economia "fragilizada"

Crise econômica e política, sistema regulatório e tributário inadequado, infraestrutura deficiente e baixa produtividade são alguns dos fatores apontados para uma economia brasileira "fragilizada", segundo o relatório.

Para fazer o ranking, são avaliados quesitos como inovação, saúde e infraestrutura. No relatório deste ano, o país apresentou piora em seis dos 12 indicadores estudados. Destacaram-se as quedas de nove posições do ambiente econômico e de 16 posições nas variáveis que medem a inovação. 

Houve, ainda, diminuição considerável nos fatores relacionados ao mercado, como eficiência do sistema bancário, tecnologia disponível e mercado consumidor. O desenvolvimento do mercado financeiro no Brasil teve uma queda de 35 posições. Pesaram na piora, segundo o relatório, a baixa do crédito, o aumento dos juros e a alta dos calotes.

Em 2016, os impostos foram apontados como maior desafio para se fazer negócios no país. Em seguida, atrapalham a corrupção, as leis trabalhistas restritivas e a ineficiência da burocracia estatal. 

Lado positivo: queda na mortalidade infantil

Do lado positivo, a categoria da infraestrutura ganhou duas posições no ranking, principalmente como reflexo dos investimentos feitos no país para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016.

Houve melhoras também nos índices de saúde e educação, com destaque para a queda na mortalidade infantil e na melhor expectativa de vida.

Sobre a pesquisa

O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. As notas e os rankings são calculados a partir de dados estatísticos e de pesquisa de opinião realizada com executivos dos 138 países participantes.

A pesquisa no Brasil incluiu entrevistas com 128 executivos de empresas no período entre março e maio de 2016.

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