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SC: MPT encontra 18 trabalhadores em plantio de cebola sem salário e comida

Imagem ilustrativa: Trabalhadores encontrados recebiam R$ 7,50 por mil mudas plantadas de cebola - AFT
Imagem ilustrativa: Trabalhadores encontrados recebiam R$ 7,50 por mil mudas plantadas de cebola Imagem: AFT

Do UOL, em São Paulo

31/08/2021 17h16Atualizada em 31/08/2021 17h18

Ao menos 18 trabalhadores de uma propriedade de plantação de cebola foram encontrados pelo MPT-SC (Ministério Público do Trabalho) em condições irregulares de trabalho, em Santa Catarina, na última sexta-feira (27).

As vítimas foram enganadas por um suposto agenciador, conhecido como "Gato", que teria fugido com R$ 11 mil dados pelo dono da propriedade para ser repassado aos funcionários. Com a fuga, o grupo ficou sem o salário, comida e sob ameaça de serem despejados do aluguel.

Segundo o MPT, as vítimas, que moravam em Pernambuco, estavam em Santa Catarina em busca de emprego quando encontraram um homem que prometeu agenciar a contratação deles em alguma propriedade de cebola em Ituporanga.

De acordo com o dono da plantação, ele deu R$ 11 mil ao "agenciador" para repassar o valor aos trabalhadores, no entanto, o suspeito acabou fugindo com todo o valor.

O órgão explicou em seu site que os 18 trabalhadores estavam separados em dois grupos, um deles morava em uma casa na propriedade em que trabalhavam com o plantio e a outra metade alugava um imóvel em Imbuia, no Alto Vale do Itajaí. Todos eles recebiam R$ 7,50 por mil mudas plantadas de cebola.

A inspeção no local foi feita pelo procurador do Trabalho Acir Alfredo Hack em conjunto com a Polícia Federal após denúncia da emissora SCC SBT. Apesar do registro de irregularidades, Hack afirmou que não foi constatado trabalho análogo à escravidão e apontou haver "irregularidades trabalhistas graves como falta de registro profissional e de pagamentos pelos serviços realizados".

Após a inspeção, o dono do local afirmou que assinaria a carteira de trabalho dos funcionários, faria os pagamentos das atividades já realizadas e que não foram repassados do aliciador para as vítimas, além de pagar a rescisão dos que quiserem voltar à terra natal em razão do fim do plantio da cebola.

A expectativa é que os pagamentos dos valores sejam feitos ainda hoje diante de Piero Rosa Menegazzi, responsável pela Procuradoria do Trabalho no Município de Blumenau. As investigações do caso continuam para tentar identificar o suposto aliciador que, segundo o MPT, estaria proferindo ameaças aos trabalhadores e dono da plantação após saber da denúncia.