Conteúdo publicado há 10 meses

TCU abre investigação contra Campos Neto por fala sobre terceirização no BC

O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para apurar declarações recentes dele sobre terceirizar a gestão de ativos do BC.

O que aconteceu:

A investigação foi solicitada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que destacou que essa pretensão de Campos Neto é um risco à capacidade do país em honrar compromissos financeiros.

Para Furtado, é necessário "apurar os indícios de irregularidades noticiados a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central em terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil".

Furtado ressaltou que a gestão de reservas internacionais representa uma "atividade tipicamente estatal", o que impossibilita a interferência do setor privado nessa área, com riscos, inclusive, à "soberania" brasileira.

"Diante de todos os riscos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil. A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do TCU, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos", completou.

As reservas financeiras internacionais funcionam como uma poupança para o país, usada em tempos de crise. Conforme o BC, essas reservas do Brasil hoje somam US$ 345,8 bilhões.

O ministro Benjamin Zymler será o responsável por relatar o caso no TCU. Em comunicado, o Banco Central disse que não vai se manifestar.

O que Campos Neto falou:

Roberto Campos Neto disse estar aberto a possibilidade de terceirizar a gestão de ativos do Banco Central. As declarações foram feitas em entrevista ao canal Black Rock Brasil, na última quinta-feira (20).

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Campos Neto não chegou a especificar quais ativos pretende entregar à iniciativa privada. "A gente está aberta a essa terceirização, vamos dizer assim, à gestão externa. A gente teve um programa grande de gestão terceirizada. Hoje, grande parte da gestão é terceirizada, mas a gnte está aberta a fazer a gestão terceirizada porque a gente está olhando novas classes de ativos."

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