Mais que dinheiro de bala: moeda mais cara do mundo vale R$ 94 milhões
Quem nunca ouviu falar que moedas especiais podem valer muito mais do que de fato elas possuem de valor estampado? Há algumas semanas no Brasil foi noticiado que uma moeda de R$ 1 da Olimpíada Rio 2016 pode valer até R$ 20 mil para colecionadores.
A moeda mais valiosa, porém, é dos Estados Unidos e foi leiloada há dois anos: a moeda mais cara do mundo é feita de ouro e tem 90 anos. Ela foi vendida em junho de 2021, em Nova York, pelo valor de US$ 18,87 milhões (cerca de R$ 94 milhões), um valor recorde e quase cinco milhões a mais do que o máximo estimado, noticiou a AFP na época.
Com R$ 94 milhões seria possível comprar 313 sedãs elétricos Seal — sedãs de luxo futuristas da BYD com porte médio-grande, itens de luxo e desempenho de carro esportivo puro —, que custam pouco menos de R$ 300 mil a unidade, e ainda sobraria dinheiro.
O exemplar faz parte da última série de moedas de ouro conhecidas como "Double Eagle", ou em português "Águia Dupla", emitidas pela Casa da Moeda dos Estados Unidos, dependente do Tesouro.
Na época, esta Águia Dupla havia tomado o posto de moeda mais valiosa do mundo do dólar de prata "Flowing Hair" de 1794, vendido por 10 milhões em 2013 (R$ 49,8 milhões na cotação atual).
A moeda mostra uma mulher personificando a liberdade de um lado e uma águia voando do outro, desenhadas pelo escultor americano Augustus Saint-Gaudens.
História
A Águia Dupla nunca foi colocada em circulação, pois o presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, deu início ao fim da conversibilidade da moeda americana em ouro.
Os Estados Unidos nunca mais cunharam moedas de ouro, com exceção de séries limitadas de colecionador e a maioria das 445 mil moedas de Águia Dupla cunhadas foi derretida, no entanto, 20 moedas desapareceram misteriosamente da Casa da Moeda dos EUA.
Alguns desses exemplares apareceram no mercado de colecionadores, antes de serem apreendidos pelos serviços secretos dos Estados Unidos. Com exceção de uma Águia Dupla que fazia parte da coleção numismática do rei Farouk do Egito.
A cobiçada moeda de ouro foi comprada em 1995 por um colecionador britânico que, após uma batalha legal de cinco anos, foi autorizado a revendê-la legalmente em 2002 para seu atual proprietário, o designer americano Stuart Weitzman, por US$ 7,9 milhões (R$ 39,7 milhões).
Depois dessa venda, a diretora da Casa da Moeda dos Estados Unidos deu a Weitzman um certificado de monetização, que transformou o objeto em moeda oficial dos Estados Unidos.
O designer de calçados, favorito de muitas celebridades, montou uma coleção única com a Águia Dupla e também um selo de 1856 que muitos consideram o mais raro do mundo, o One Cent Magenta, pertencente à ex-colônia britânica da Guiana, que também integrou o leilão de 2021 em Nova York.
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Quero receberO selo faz parte de uma série impressa repentinamente pelo agente dos correios da Guiana Britânica (agora Guiana) após uma interrupção no fornecimento.
Weitzman comprou o selo em 2014 por US$ 9,4 milhões (R$ 47,3 milhões), um recorde mundial. Mas ele acabou leiloado a um preço inferior, 8,3 milhões de dólares (R$ 41,8 milhões).
Por que tão cara?
Um segmento eleva ainda mais o valor agregado desses pequenos objetos que muitos estabelecimentos acham que podem deixar de nos pagar e trocar por uma bala.
A numismática é a ciência que estuda as moedas e medalhas de todos os países ao longo da história. Os chamados numismáticos, especialistas no assunto, chegam a pagar caro para ter essas raridades em coleções pessoais.
Tudo isso devido ao valor histórico que a maior parte delas possui, e também ao quão raro em quantidade produzidas elas possam ser, por exemplo, unicamente para colecionadores. Muitas podem custar mais do que carros de luxo.
Outro fator que pode acrescentar raridade a uma moeda é quando elas fazem parte de algum erro de cunhagem (técnica de moldagem de estampa em metais). Inclusive, este é, de acordo com a Sociedade Numismática Brasileira, o erro mais procurado pelos colecionadores.
*Com informações da AFP e reportagem do UOL publicada em 06/07/2022.
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