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Argentina paralisa exportação de trigo, colheita do cereal vai atrasar

17/07/2013 11h49

 A Argentina, tradicionalmente um importante exportador de trigo, está convivendo com a escassez do grão. Por essa razão, o governo suspendeu os embarques e adotou uma política de controle de preços para que não haja prejuízos no fornecimento de pão.

Essa interrupção nas exportações acontece em um momento que o mundo precisa do cereal, especialmente o Brasil, o principal comprador do grão argentino. A escassez levou o preço do trigo para consumo doméstico na Argentina para US$ 406 dólares por tonelada, contra os US$ 219 dólares em janeiro e US$ 175 dólares em julho de 2012.

Os limites de exportação impostos pelo governo argentino tiveram um efeito inverso no país. Os agricultores migraram para outras culturas, como a soja, em função das restrições.

Além disso, a próxima colheita da Argentina será atrasada porque o tempo seco afetou o início do plantio em 2013. Apenas 220 mil hectares estão plantados com trigo este ano nas províncias do norte de Salta, Jujuy, Chaco e Formosa, o equivalente a menos da metade dos 530 mil hectares semeados nessas áreas em 2012.

Essas províncias, embora não estejam incluídas no principal cinturão de trigo da Argentina, no sul da província de Buenos Aires, são geralmente as primeiras a colher o produto, no início de novembro.

Apesar de atrasada, a nova safra argentina deve ser maior, somando 13 milhões de toneladas, ante 10 milhões de toneladas na safra passada. O país é oitavo fornecedor de trigo do mundo.

No Brasil, a safra passada de 4,3 milhões de toneladas foi inferior a de 5,7 milhões de toneladas em 2011. A próxima colheita, a ser realizada no último trimestre do ano,  pode chegar a 5,6 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agricultura.