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Governo estuda novos aportes do Tesouro à CDE, diz Lobão

03/02/2014 12h49

BRASÍLIA, 3 Fev (Reuters) - O governo estuda novos aportes do Tesouro para bancar gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) causados pelo uso maior de termelétricas, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, nesta segunda-feira.

"O Tesouro estuda isso, nós do Ministério também estudamos, o Gabinete Civil também se dedica a isso, e encontraremos a melhor solução possível", disse Lobão a jornalistas durante a posse de novos ministros do governo.

O Tesouro fez aportes na conta da CDE no ano passado e esses recursos foram repassados às distribuidoras de energia elétrica para cobrir gastos imediatos relacionados ao forte acionamento de termelétricas, que geram energia mais cara.

Os altos gastos dessas concessionárias no curto prazo tendem a se manter neste ano se as térmicas continuarem fortemente acionadas, já que as distribuidoras estão descontratadas em cerca de 3,5 mil megawatts (MW) médios de energia, volume que deve ser comprado no curto prazo a preços mais altos. Estimativas são de que esses gastos cheguem até 1,5 bilhão de reais só em janeiro.

Na sexta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica informou que o preço da energia elétrica de curto prazo atingiu recorde histórico para esta semana, a 822,83 reais por megawatt-hora (MWh).

O valor só não foi maior porque atingiu teto fixado para o ano e foi impulsionado por indicação para acionamento de termelétricas mais caras para esta semana diante da expectativa de pouca chuva para abastecer reservatórios das hidrelétricas e continuidade do forte consumo de carga de energia.

Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou valores da CDE a serem repassados às distribuidoras de energia até o dia 5 de fevereiro, referentes a gastos em 2013.

Após a posse dos novos ministros nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo ainda não apurou qual será o aporte do Tesouro à CDE neste mês, mas ressaltou que estão previstos para este ano 9 bilhões de reais.

Minimizando preocupações sobre o nível dos reservatórios das hidrelétricas do país, Lobão afirmou que "não enxergamos nenhum risco de desabastecimento de energia" e que o governo está "trabalhando para que (o nível dos reservatórios) seja elevado".

"A situação hoje é melhor do que foi no ano passado. Estamos com mais de 40 por cento nos principais reservatórios", disse o ministro.

(Por Maria Carolina Marcello)