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Eletropaulo tem prejuízo de R$ 354,4 mi, por gastos com energia

06/08/2014 20h20

SÃO PAULO (Reuters) - A AES Eletropaulo, distribuidora de energia da região metropolitana de São Paulo, teve um prejuízo líquido de R$ 354,4 milhões no segundo trimestre de 2014, revertendo lucro registrado no mesmo período do ano passado, sob impacto do aumento das despesas com energia comprada para revenda.

Essas despesas subiram 94,3% no segundo trimestre, na comparação anual, totalizando R$ 1,98 bilhão, diante do aumento de 40,6% no preço médio da energia comprada.

A despesa foi parcialmente compensada por repasse de recursos por meio da Conta-ACR, que tem ajudado as distribuidoras a cobrir gastos de curto prazo com energia relacionados à descontratação e forte acionamento de térmicas mais caras.

A Eletropaulo obteve R$ 336 milhões dessa conta no segundo trimestre, mas ainda não recebeu outros R$ 218,2 milhões referentes às despesas de maio e junho, o que ajudou a piorar o resultado.

"Caso a companhia tivesse recebido os aportes de recursos da Conta-ACR referentes a maio e junho, o Ebitda teria sido negativo em R$ 164,5 milhões no segundo trimestre de 2014 e R$ 330,5 milhões no primeiro semestre de 2014", informou a empresa nesta quarta-feira.

Nenhuma distribuidora de energia recebeu ainda os recursos para cobrir despesas de maio e junho, o que só deve acontecer quando o governo conseguir fechar um novo empréstimo com bancos no total de R$ 6,5 bilhões para arrecadar recursos para a Conta ACR.

A expectativa é que o empréstimo saia ainda nesta semana.

Sem esses recursos, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) reportado da Eletropaulo ficou negativo em R$ 382,7 milhões, ante Ebitda positivo de R$ 509,6 milhões no mesmo período do ano passado.

A receita líquida da companhia subiu 2,6% no período, para R$ 2,2 bilhões.

Crescimento de mercado

O mercado total atendido pela Eletropaulo apresentou uma redução de 0,1% no consumo de energia no segundo trimestre, resultado impactado por 1,3 dia a menos no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a companhia.

Excluindo os clientes atendidos no mercado livre, a companhia teve um aumento de 0,3% no consumo de energia, influenciado principalmente pelo aumento de 4,8% da demanda dos clientes comerciais.

A empresa reduziu as perdas de energia não-técnicas, relacionadas ao furto de energia, em 0,2 ponto percentual para 9,9%, segundo dados fechados no segundo trimestre. Os investimentos no trimestre somaram R$ 169,4 milhões.

(Por Anna Flávia Rochas)