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Taxa de desemprego no Brasil recua a 6,8% no 2º tri de 2014, mostra Pnad Contínua

Por Felipe Pontes
Imagem: Por Felipe Pontes

06/11/2014 10h24

Por Felipe Pontes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil registrou taxa média de desemprego de 6,8 por cento no segundo trimestre de 2014, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

A taxa ficou abaixo da vista nos três primeiros meses de 2014, quando havia ficado em 7,1 por cento, mostrando o mesmo movimento, embora menos intenso, de queda sazonal registrado na passagem do primeiro para o segundo trimestres de 2013, quando a taxa passou de 8,0 para 7,4 por cento.

"No início do ano há uma entrada de trabalhadores grande na desocupação, você tem um número grande de pessoas perdendo o emprego. A tendência é, no semestre seguinte, o mercado de trabalho estando favorável, esse número se apresentar inferior", disse o coordenador do Departamento de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azevedo.

"Essa queda de agora é uma queda favorável... mostra que o mercado ainda está favorável, mas numa intensidade menor", acrescentou Azevedo, que destacou como exemplo de vigor no mercado de trabalho brasileiro a criação de 1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada entre o segundo trimestre de 2013 e o mesmo período de 2014, de acordo com a pesquisa.

Pelas regiões, a taxa mais alta de desocupação no segundo trimestre ocorreu no Nordeste, com 8,8 por cento, enquanto a menor foi registrada no Sul, com 4,1 por cento. A taxa na região Norte foi de 7,2 por cento, no Sudeste ficou em 6,9 por cento e no Centro-Oeste em 5,6 por cento.

Azevedo destacou também a questão de género como elemento determinante na redução da taxa de desocupação. "Parte expressiva da queda na desocupação foi provocada pela inserção das mulheres", afirmou.

A taxa média de desemprego entre as mulheres caiu para 8,2 por cento, ante 8,7 por cento no trimestre anterior, enquanto entre os homens ela passou a 5,8 por cento, ante 5,9 por cento.

O nível de ocupação nacional no período foi de 56,9 por cento, pouco acima dos 56,7 por cento do primeiro trimestre, mas no mesmo patamar de um ano atrás.

No segundo trimestre, a população ocupada alcançou 92,052 milhões de pessoas, sendo 70,2 por cento de empregados, 4,1 por cento de empregadores, 22,9 por cento de pessoas que trabalham por conta própria e 2,9 por cento de trabalhadores familiares auxiliares.

Já o número de desocupados chegou a 6,767 milhões de pessoas.

Apesar de ainda robusto, o mercado de trabalho vem perdendo força em meio ao cenário de inflação e juros elevados.

No semestre passado, o país entrou em recessão técnica e a inflação acumulada em 12 meses continua acima do teto da meta --de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A Pnad Contínua tem maior abrangência nacional que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e tem divulgação trimestral. A ideia é que substitua a PME, que leva em consideração dados apurados em apenas seis regiões metropolitanas do país.

O dado mais recente da PME mostra que a taxa de desemprego no Brasil recuou a 4,9 por cento em setembro, mínima para esses meses, devido à menor procura por vagas.

Pelos dados do Caged, do Ministério do Trabalho, no acumulado do ano até setembro, a geração de emprego com carteira assinada somou 730.124 vagas, quase 30 por cento a menos do que a abertura de 1,038 milhão de vagas em igual período de 2013, em dados não ajustados.

A divulgação dos dados sobre o desemprego referentes ao terceiro trimestre de 2014 da Pnad Contínua, que foi adiada diversas vezes este ano em decorrência de uma greve no IBGE, está prevista para dezembro.

No início de janeiro, o IBGE prevê divulgar dados mais completos da Pnad Contínua trimestral, incluindo informações sobre renda e o detalhamento por unidades da Federação, e trabalha com a possibilidade de tornar a pesquisa mensal a partir de fevereiro.

(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)