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Cade rejeita pedido da CSN para ter representante em Conselho da Usiminas

25/03/2015 17h21

BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou nesta quarta-feira pedido da CSN para ter representante no Conselho de Administração da rival Usiminas.

"Não houve mudança no cenário concorrencial que justificasse (o pleito da CSN)", disse o presidente do Cade, Vinicius de Carvalho, após a reunião.

A decisão foi relatada pelo procurador-chefe do Cade, Victor Rufino, que argumentou ainda que os acionistas minoritários da Usiminas já se mostraram capazes de convocar assembleia de acionistas mesmo sem a participação da CSN no Conselho.

Representantes da CSN não comentaram o assunto de imediato.

A Usiminas marcou para 6 de abril uma reunião extraordinária de acionistas para escolher diretores e presidente do Conselho de Administração. A reunião foi convocada por acionistas minoritários, entre os quais a Tempo Capital e o fundo Geração L. Par, do bilionário Lirio Parisotto.

Até o final de 2014, a participação da CSN no capital da Usiminas era de 14,13 por cento das ações ordinárias e 20,69 por cento das ações preferenciais, segundo informações da companhia.

O Cade firmou em abril de 2014 um acordo com a CSN para que a companhia reduza sua participação na rival em um prazo e percentuais confidenciais, suspendendo os direitos políticos da empresa na maior produtora de aços planos do Brasil. No balanço da CSN do quarto trimestre, a empresa informou que "continuará avaliando alternativas estratégicas com relação ao seu investimento na Usiminas".

Já o conselheiro Gilvandro de Araújo afirmou nesta quarta-feira que o Cade deverá analisar em breve pleito da CSN que afirma que o grupo ítalo-argentino Techint prestou informações enganosas quando da entrada no grupo de controle da Usiminas no início de 2012.

"Estou analisando a denúncia de enganosidade apresentada pela CSN e não deve demorar para pautar o assunto (ao plenário do Cade)", disse Araújo.

A CSN defende que o grupo Techint tem que realizar uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) aos minoritários ordinaristas da Usiminas, por entender que houve mudança no grupo de controle da companhia com a entrada do grupo ítalo-argentino.

No final de janeiro, o Cade, que havia aprovado a operação sem restrições em agosto de 2012, afirmou que irá revisar o ingresso da Techint na Usiminas.

O grupo Techint anunciou o ingresso no controle da Usiminas no final de 2011, após investimento de cerca de 5 bilhões de reais para ficar com fatia de 27,7 por cento na companhia que antes estava nas mãos do grupos brasileiros Votorantim e Camargo Corrêa.

As ações preferenciais da Usiminas fecharam em alta de 6,6 por cento nesta quarta-feira, enquanto os papéis ordinários tiveram queda de 1,48 por cento e o Ibovespa teve valorização de 0,68 por cento. Já a CSN fechou com ganho de 4,45 por cento.

(Por Leonardo Goy, com reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., edição de Luciana Bruno)