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CVM determina que BTG Pactual consulte cotistas de fundo sobre OPA da BR Properties

27/04/2015 08h31

SÃO PAULO (Reuters) - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que o fundo BC Fund, do BTG Pactual, realize assembleia geral de cotistas para deliberar sobre sua participação na oferta de aquisição de ações (OPA) da BR Properties, para evitar conflito de interesses, segundo comunicado divulgado no domingo pela empresa de investimento em imóveis comerciais.

A proposta de OPA foi feita pelo fundo FIP Bridge, administrado e gerido pelo BTG Pactual. Uma das condições para a realização da OPA é que o fundo FII Prime, cotista do FIP Bridge, oferte publicamente suas cotas por meio de esforços restritos de colocação.

O FII Prime tem como cotista exclusivo o BC Fund, que possui mais de 17 mil cotistas investidores em geral. Todos os fundos são administrados e geridos pelas empresas do grupo BTG. A CVM disse ter sido informada de que o BC Fund não participará da oferta e, dessa forma, terá sua participação no FII Prime reduzida.

"Ocorre que o grupo BTG possui participação societária relevante na companhia, incluindo a indicação de três membros no Conselho de Administração, dentre eles o presidente", disse a CVM em carta enviada ao BTG Pactual.

"Assim, entendemos que há potencial situação de conflito de interesses, pois, por um lado, o Grupo BTG atuará pelos fundos enquanto comprador e, por outro, o Grupo BTG atuará como vendedor das ações da BR Properties."

Dessa forma, a CVM entendeu que a avaliação prévia pelos cotistas do BC Fund será mais adequada para analisar a materialização ou não de conflito de interesses entre o administrador, gestor e empresas do Grupo BTG.

Caso os cotistas do BC Fund não aprovem a participação do fundo na OPA, a CVM entende que o FII Prime não poderá realizar a oferta, devendo o administrador constituir um fundo específico para esta finalidade, já que o FII Prime é um veículo de investimento exclusivo do BC Fund.

Em fevereiro, o BTG Pactual e a Brookfield Property Group anunciaram a intenção de realizar uma oferta pública voluntária de aquisição de controle da BR Properties, acreditando que o valor de mercado da companhia de imóveis comerciais refletia um desconto em relação aos seus ativos.

(Por Luciana Bruno)