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Investimentos na área de Libra estão dentro do cronograma, diz Shell

30/06/2015 12h12

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O cronograma e os investimentos em Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, estão dentro do previsto, sem atrasos, disse nesta terça-feira André Araújo, presidente no Brasil para anglo-holandesa Shell, uma das participantes do consórcio que explora a área petrolífera junto à Petrobras e outras companhias.

"O projeto Libra continua firme. A gente continua mantendo os investimentos no projeto... A gente está trabalhando firme com nossos prazos e compromissos", afirmou o executivo a jornalistas em evento promovido pela Shell, no Rio de Janeiro.

O Teste de Longa Duração de Libra está previsto para começar em 2016 e o projeto piloto em 2020, segundo o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2015-2019, publicado na segunda-feira.

Após sofrer impactos da queda dos preços do petróleo e do escândalo de corrupção no Brasil, a Petrobras reduziu de forma expressiva sua projeção de aportes, com impacto forte na curva de produção, devido ao atraso da entrada de novas plataformas.

Entretanto, manteve a previsão de uma plataforma em Libra para 2020, já prevista no plano anterior (2014-2018).

"Não estou ciente de atrasos e o projeto Libra continua firme", disse André Araújo. "O projeto está dentro do timing e não tem nenhum impacto", adicionou ele.

Até agora, dois poços já foram perfurados pelo consórcio que venceu o leilão de Libra e mais dois devem ser perfurados neste ano, na fase de exploração da área.

A Shell tem 20 por cento de participação em Libra e a Petrobras, operadora da área, 40 por cento. As outras sócias no ativo são a francesa Total, com 20 por cento, e as chinesas CNOOC e China National Petroleum Corp (CNPC), cada uma com 10 por cento.

APOSTA NO BRASIL

Araújo observou que embora a anglo-holandesa tenha uma participação forte no Brasil ainda pode ser considerada "tímida" diante das oportunidades de negócios e investimentos.

A declaração acontece mesmo depois da companhia ter anunciado neste ano um acordo para a compra da britânica BG, maior parceira da Petrobras no pré-sal e segunda maior produtora de petróleo no Brasil, perdendo apenas para a estatal.

A Shell era a quinta maior produtora de petróleo no Brasil, em abril, segundo os últimos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

"O Brasil ainda tem 90 por cento de suas reservas não tocadas e desenvolvidas", frisou o presidente da Shell no Brasil.

Uma dessas oportunidades, segundo Araújo, é a 13ª Rodada de Licitação de Blocos Exploratórios de óleo e gás, da ANP, marcada para 7 outubro deste ano.

Segundo o executivo, um time foi montado dentro da empresa para analisar "seriamente" a participação da companhia.

Outra oportunidade é o plano de vendas de ativos da Petrobras. A companhia prevê desinvestimentos de 15,1 bilhões de dólares no biênio 2015-2016 e esforços em reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais de 42,6 bilhões de dólares no biênio 2017-2018.

"A Petrobras precisa dizer quais são os ativos e cada vez que os ativos forem eventualmente colocados em disponibilidade a gente vai olhar", finalizou.

(Por Rodrigo Viga Gaier)