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Crescimento do emprego nos EUA desacelera, mas taxa de desemprego cai a 5,1%

04/09/2015 09h54

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento do emprego nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em agosto, o que pode afetar as perspectivas de uma elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve ainda neste mês, mesmo com a taxa de desemprego caindo para a mínima de quase sete anos e meio de 5,1 por cento e os salários avançando.

A criação de vagas fora do setor agrícola somou 173 mil no mês passado com o setor industrial fechando o maior número de postos de trabalho desde julho de 2013, após criação de 245 mil em julho, segundo números revisados para cima, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. Este foi o menor ganho em emprego em cinco meses.

O relatório, no entanto, pode ter sido prejudicado por um fator estatístico que nos últimos anos tem levado com frequência a fortes revisões para cima no número de empregos de agosto após leituras inicialmente fracas.

Pesquisa da Reuters com economistas havia projetado que a criação de vagas fora do setor agrícola totalizaria 220 mil no mês passado, mas economistas alertaram que o modelo que o governo utiliza para harmonizar os dados por flutuações sazonais pode não incorporar adequadamente o início de um ano novo escolar.

Eles disseram que os dados podem ser ainda mais ofuscados por causa da taxa de resposta tipicamente baixa de empregadores à pesquisa de emprego do governo de agosto. Uma autoridade do Departamento do Trabalho confirmou que a primeira estimativa de empregos em agosto é normalmente revisada para cima.

Indicando que a desaceleração no crescimento do emprego provavelmente não reflete a verdadeira saúde da economia, os dados de emprego para junho e julho foram revisados para mostrar 44 mil vagas de trabalho a mais do que informado anteriormente. Além disso, a renda média por hora trabalhada avançou 0,08 dólar, e a semana média de trabalho alongou-se para 34,6 horas.

Embora o relatório possa não mudar visões de que a economia dos EUA continua forte em meio aos mercados financeiros mundiais voláteis e à desaceleração do crescimento na China, ele pode deixar as autoridades do Fed hesitantes em elevar os custos de empréstimos na reunião de política monetária que ocorrerá nos dias 16 e 17 de setembro.