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Marfrig espera abertura dos EUA à carne bovina brasileira em 2016 e vai sair da Argentina

JC
Imagem: JC

06/11/2015 10h26

SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig, uma da maiores empresas de carne bovina do Brasil, espera que o mercado dos Estados Unidos para carne in natura brasileira se abra em 2016, disse nesta sexta-feira (6) o diretor-presidente da companhia, Martin Secco, a jornalistas.

As aguardadas exportações de carne bovina não processada do Brasil para os EUA deveriam ter começado em agosto, estimou anteriormente a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

Mas segundo Secco, o Congresso norte-americano ainda não assinou acordo para permitir as vendas do produto brasileiro ao maior mercado de carne bovina do mundo. Por isso a Marfrig não consegue estimar precisamente quando os embarques começarão.

O presidente-executivo da Marfrig Beef no Brasil, Anfrew Murchie, afirmou que inspetores dos EUA estão vistoriando instalações produtivas no Brasil e que quatro unidades da empresa no país já foram aprovadas, em um "sinal forte de que talvez tenhamos uma boa notícia no retorno deles (aos EUA)".

A Marfrig divulgou mais cedo que encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de cerca de R$ 186 milhões, com resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês), de R$ 436,4 milhões, alta de 40,5% sobre mesma etapa de 2014.

Junto com o balanço, a Marfrig anunciou que decidiu vender as operações restantes que detém na Argentina e também ativos de beef jerky nos Estados Unidos. Secco afirmou que as negociações com interessados estão em fase "bastante avançada" e que acordos poderão ser assinados nos próximos meses. Ele acrescentou que o valor das vendas não será relevante para o grupo, mas se encaixa na estratégia da Marfrig de se focar em busca de rentabilidade.

A empresa mantém expectativa de chegar a um nível de endividamento medido pela dívida líquida sobre Ebitda de 2,5 vezes em 2018, mas Secco comentou que será possível atingir este patamar antes disso. No terceiro trimestre, a alavancagem foi de 3,8 vezes em termos de operações continuadas.

Apesar da redução da alavancagem, o vice-presidente de planejamento estratégico e de relações com investidores, Marcelo Di Lorenzo, afirmou que a empresa não está analisando nenhuma aquisição e que continua focada em fazer investimentos no segmento de serviços alimentares, voltados a atendimento de restaurantes, por exemplo.

Para o quarto trimestre, Secco afirmou que a Marfrig deve ter resultados "muito bons", apoiados em fatores como obtenção pela empresa de autorização para que uma terceira fábrica da companhia no Brasil possa exportar para a China.

"Já passamos por quase 50% do trimestre, temos uma boa visibilidade. A abertura da terceira fábrica para a China vai ajudar", disse Secco a jornalistas. Ele acrescentou que apesar do cenário da economia global ser desafiador para 2016, "para proteína continua positivo".

(Por Alberto Alerigi Jr.)