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Venezuela transforma sextas-feiras em feriado para amenizar crise de energia

4.jan.2016/Reuters
Imagem: 4.jan.2016/Reuters

Alexandra Ulmer e Corina Pons

07/04/2016 09h41

CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou que todas as sextas-feiras dos próximos dois meses serão feriado na tentativa de poupar energia no país, que tem sofrido blecautes constantes apesar de ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

"Teremos finais de semana prolongados", disse Maduro em um discurso de horas na televisão estatal na noite de quarta-feira (6), anunciando a medida como parte de um plano de 60 dias para combater a crise energética.

Seca e falta de investimento

Uma seca intensa, somada ao que críticos afirmam ser uma falta de investimento e manutenção na infraestrutura de energia, atingiu a nação sul-americana, que depende de hidrelétricas para prover 60% de sua eletricidade.

A oposição da Venezuela repudiou a nova semana de quatro dias úteis diante do quadro de recessão profunda, escassez de alimentos e remédios e uma inflação de três dígitos.

A medida vem logo depois de Maduro decretar um feriado de uma semana na Páscoa, quando ordenou que os shopping centers produzissem sua própria energia, e o encurtamento do horário de trabalho.

Reações

"Para Maduro, a melhor maneira de resolver esta crise é reduzir a produtividade do país", disse Jesús Armas, conselheiro da cidade de Caracas. "Sextas-feiras são pão e circo".

Alguns venezuelanos foram às redes sociais expressar sua surpresa. "Você está brincando???", escreveu um usuário do Twitter. Muitos outros se perguntaram como a medida irá impactar escolas, procedimentos burocráticos e supermercados.

Não ficou claro de imediato como as sextas-feiras ociosas irão afetar os setores público e privado.

Os detalhes do plano de 60 dias serão anunciados nesta quinta-feira, informou Maduro durante o programa de TV, que teve música, dança e imagens gigantescas do falecido líder Hugo Chávez.

"Acho que podemos superar esta situação sem aumentar os preços ou racionar", acrescentou Maduro.

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