FMI: Pode ser a hora de a China apertar política monetária, e não afrouxar
LONDRES, 6 Mai (Reuters) - Pode ser a hora de a China apertar sua política monetária, ao invés de afrouxá-la ainda mais, para evitar o risco de superaquecimento em partes da economia, disse o vice-chefe da divisão para a Ásia do FMI (Fundo Monetário Internacional), Roberto Guimarães, nesta sexta-feira (6).
Guimarães disse à agência de notícias Reuters que mais cortes da taxa de juros chinesa e novos estímulos podem aumentar a chance de crescimento nocivo da dívida.
"Às vezes é preciso dar um empurrão para iniciar o crescimento, se o crescimento está desacelerando muito rapidamente, mas ao mesmo tempo não se quer reanimar antigos mecanismos de crescimento. Assim, a política monetária [no presente] talvez vá muito nesta direção", disse Guimarães em um evento organizado pelo instituto de pesquisa CSFI.
A opinião pode gerar alguma desaprovação. Uma série de medidas de afrouxamento da China no começo do ano ajudaram a estabilizar os agitados mercados globais, e mais de 50 bancos centrais cortaram seus juros ou usaram outras formas de afrouxamento desde o começo de 2015.
Para o FMI, entretanto, há preocupações. A dívida corporativa da China agora está em cerca de 160 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e já disse que as vulnerabilidades do crédito corporativo precisam ser urgentemente resolvidas.
"O primeiro passo seria não afrouxar a política monetária ainda mais", disse Guimarães. "Um segundo seria sinalizar que talvez haverá algum tipo de normalização da política monetária, elevar os juros gradualmente ou ter a liquidez administrada para garantir que não haja um excesso no sistema", completou.
Parte do motivo para essa visão é que, apesar de suas preocupações com a dívida, o FMI não espera um repentino "pouco forçado" da economia da China.
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