Governo discute reforma da Previdência com centrais sindicais na próxima semana
BRASÍLIA, 4 Out (Reuters) - O governo federal vai começar a discutir a reforma da Previdência com as centrais sindicais apenas na próxima semana e não dá mais prazo para que o texto final seja enviado ao Congresso, disseram parlamentares e fontes palacianas.
O presidente Michel Temer havia anunciado inicialmente que o texto final seria enviado ao Legislativo até o dia 30 de setembro. No entanto, o governo ainda não conseguiu nem mesmo fechar o texto final, que ainda não foi apresentado ao presidente.
Além disso, antes de enviar a proposta de reforma, Temer decidiu que iria discutir o texto com as centrais sindicais, empresários e as bancadas no Congresso.
De acordo com uma fonte palaciana, o governo não vai mais falar em datas para enviar o texto ao Congresso. "Não tem porque fazer previsões que depois podem ser frustradas", disse a fonte.
Reunião na semana que vem
Ao sair de um encontro de líderes da base, o líder do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), confirmou que a primeira reunião com os sindicalistas está marcada apenas para a terça-feira da semana que vem.
Temer viaja na quarta-feira para a Índia, onde participa da cúpula anual dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nos dias 15 e 16 de outubro, e depois emenda uma visita de Estado ao Japão, nos dias 18 e 19, chegando de volta ao Brasil possivelmente apenas no dia 21.
O governo ainda tenta fechar os detalhes do texto, especialmente qual será a participação dos militares, que resistem a serem incluídos na reforma. Além disso, ainda há resistência das centrais sindicais a pontos considerados certos da reforma, como a idade mínima.
"O governo tem que ter muita calma para negociar a reforma. Não pode apresentar para a gente num dia e mandar para o Congresso no outro. Estamos dispostos a negociar, mas se o governo atropelar vai ter muita dificuldade", disse Paulinho.
A Força Sindical, por exemplo, não aceita que a idade mínima passe a valer desde já, e concorda apenas que seja para quem está entrando no mercado de trabalho. "Acho que nenhuma central aceita. O governo vai ter que ter muita paciência para negociar", disse.
(Edição de Raquel Stenzel)
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