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Fed mantém juro baixo e programa de compra de ativos

30/01/2013 18h31

SÃO PAULO - O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu manter as taxas de juros próximas de zero em reunião de política monetária. A autoridade também decidiu manter a compra de US$ 85 bilhões por mês em ativos, entre papéis com lastro em hipotecas e títulos públicos (Tresuries) de longo prazo.

Leia a íntegra do comunicado de política monetária do Federal Reserve:

"A informação recebida desde que o Comitê Federal de Mercado Aberto se reuniu em dezembro sugere que o crescimento na atividade econômica fez uma pausa nos últimos meses, em grande medida por causa das rupturas relacionadas as condições climáticas e outros fatores transitórios. O emprego continuou a expandir-se em um ritmo moderado, mas a taxa de desemprego permanece elevada. Os gastos domésticos e o investimento fixo das empresas avançou, e o setor de moradia mostrou uma melhora adicional. A inflação segue um tanto abaixo da meta de longo prazo do Comitê, com exceção de variações temporárias que, em grande medida, refletem flutuações nos preços de energia. As expectativas de inflação no longo prazo permanecem estáveis.

Consistente com seu mandato, o Comitê busca fomentar o máximo emprego e a estabilidade de preço. O Comitê espera que, com a apropriada acomodação política, o crescimento econômico vai proceder em um ritmo moderado e a taxa de desemprego vai cair gradualmente em direção aos níveis que o Comitê julga consistente com seu mandato duplo. Embora a tensão nos mercados financeiros globais tenha cedido um pouco, o Comitê continua a ver riscos negativos para a perspectiva econômica. O Comitê também antecipa que a inflação ao longo do médio prazo provavelmente ficará em ou abaixo de sua meta de 2%.

Para dar suporte a uma recuperação econômica mais forte e para ajudar a garantir que a inflação, ao longo do tempo, esteja na taxa mais consistente com seu mandato duplo, o Comitê continuará a comprar mais ativos lastreados em hipotecas de agências a um ritmo de US$ 40 bilhões por mês e Treasuries de longo prazo a um ritmo de US$ 45 bilhões por mês. O Comitê está mantendo sua política existente de reinvestir o principal dos pagamentos que recebe de suas posições em títulos de dívida de agências e ativos lastreados em hipotecas de agências e da rolagem do vencimento dos Treasuries em leilão. Em conjunto, essas ações devem manter a pressão de baixa sobre as taxas de juro de longo prazo, proporcionar suporte aos mercados hipotecários e ajudar a tornar as condições de financiamento no geral mais acomodatícias.

O Comitê vai monitorar atentamente as próximas informações sobre os desenvolvimentos econômicos e financeiros nos próximos meses. Se a perspectiva para o melhora de trabalho não melhorar substancialmente, o Comitê continuará suas compras de Treasuries e de ativos lastreados em hipotecas e empregará seus outros instrumentos de política conforme for apropriado, até que tal melhora seja alcançada em um contexto de estabilidade de preço. Na determinação do tamanho, ritmo e composição de sua compra de ativos, o Comitê irá, como sempre, levar em devida consideração a provável eficácia e os custos de tais compras.

Para dar suporte ao continuado progresso em direção ao máximo emprego e à estabilidade de preços, o Comitê espera que uma posição altamente acomodatícia permanecerá apropriada por um período considerável depois do encerramento dos programas de compra de ativos e do fortalecimento da recuperação econômica. Em particular, o Comitê decidiu manter a meta para a taxa dos Fed Funds em zero e 0,25% e atualmente antecipa que esta faixa excepcionalmente baixa para a taxa dos Fed Funds será apropriada enquanto a taxa de desemprego permanecer acima de 6,5%, a inflação projetada entre um e dois anos não estiver mais do que 0,50 ponto percentual acima da meta de longo prazo do Comitê, de 2%, e as expectativas de inflação no longo prazo continuarem bem ancoradas.

Para determinar quanto tempo irá manter uma posição altamente acomodatícia da política monetária, o Comitê também vai considerar outras informações, incluindo medidas adicionais das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressão inflacionária e de expectativas de inflação e leituras sobre o desenvolvimento financeiro. Quando o Comitê decidir começar a remover a acomodação política, adotará uma abordagem equilibrada consistente com suas metas de longo prazo de máximo emprego e inflação de 2%.

Votaram pela ação de política monetária: Ben S. Bernanke, Chairman; William C. Dudley, Vice Chairman; James Bullard; Elizabeth A. Duke; Charles L. Evans; Jerome H. Powell; Sarah Bloom Raskin; Eric S. Rosengren; Jeremy C. Stein; Daniel K. Tarullo; e Janet L. Yellen. Votou contra a ação Esther L. George, que estava preocupada que a manutenção do elevado nível de acomodação monetária eleve os riscos de desequilíbrios econômicos e financeiros futuros e, ao longo do tempo, possa causar um aumento na expectativa de inflação no longo prazo."

(Suzi Katzumata | Valor)