Após 4h de confronto, manifestantes deixam local do leilão do pré-sal
Após quatro horas de confronto com a Força Nacional de Segurança, os cerca de cem manifestantes se retiraram da avenida Lúcio Costa, onde fica o hotel Windsor, local da cerimônia do leilão do campo de Libra.
Eles caminharam até a praça da Candelária, onde devem se juntar, mais tarde, ao protesto chamado de "Um milhão contra o leilão". O protesto está sendo convocado pelas páginas de movimentos como "Anonymous Rio" e "Geração Invencível" do Facebook.
Na página criada para divulgar o ato, mais de 7.000 pessoas confirmaram participação.
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O confronto, que começou na manhã desta segunda-feira (21), na Barra da Tijuca, deixou um saldo de ao menos seis feridos e um detido, conforme contabilizou a reportagem do "Valor".
Dois dos feridos eram jornalistas: uma repórter da TV Record foi agredida pelos integrantes do grupo black blocks e um fotógrafo de uma agência de noticias foi atingido por uma bala de borracha.
Durante as quatro horas de confronto, manifestantes e soldados se alternavam nos embates.
Em um momento, eram os manifestantes que avançavam contra uma barreira de policiais; no outro, eram os policiais que atiravam bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha contra os manifestantes.
Os manifestantes ainda destruíram um ponto de ônibus, formaram barricadas com lixeiras incendiadas e tentaram atear fogo a um carro de reportagem da TV Record, que foi arrastado e tombado no meio da avenida.
O protesto começou de maneira pacífica, com as pessoas pedindo a suspensão do leilão e gritando que o petróleo brasileiro do pré-sal deveria pertencer apenas à Petrobras.
Com palavras de ordem contra a presidente Dilma Roussef, a quem chamavam de "traidora", manifestantes sem máscaras e que carregavam bandeiras do Brasil e de partidos políticos condenaram o que eles chamaram de "entrega da riqueza nacional para as multinacionais estrangeiras".
Por causa do feriado do dia do Comerciário hoje, na capital fluminense, banhistas assistiam ao embate, enquanto tomavam sol na praia da Barra da Tijuca. Bombas de gás lacrimogêneo também foram atiradas na praia pela polícia.
Após a saída dos manifestantes da avenida do hotel, o clima voltou à normalidade. No entanto, o bloqueio realizado pelas forças policiais permaneceu ao redor do local do leilão.
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