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Petrobras e bancos mantêm Bovespa em baixa

12/01/2015 16h01

A Bovespa volta a cair nesta segunda-feira, acompanhando o sinal das bolsas americanas e pressionada pelas baixas de bancos, Petrobras e Oi. Às 15h52, o Ibovespa recuava 1,43%, aos 48.139 pontos, depois de fazer mínima nos 47.973 (-1,77%). O volume financeiro está mais fraco do que nos últimos pregões, com giro de R$ 4 bilhões até o momento.

Petrobras PN (-5,63%) e ON (-6,01%) devolvem os ganhos registrados no fim do pregão de sexta-feira e voltam a sentir o tombo do petróleo no mercado internacional. O contrato futuro do Brent recua 5%, para US$ 47,57 por barril.

O Goldman Sachs reduziu, em relatório com data de ontem, suas projeções para o barril do Brent esse ano, de US$ 84 o barril para US$ 50 o barril. Com isso, o preço-alvo em doze meses para as ações PN da Petrobras caiu de R$ 12 para R$ 11.

O mercado também segue na expectativa pela divulgação do balanço do terceiro trimestre. A CM Capital Markets lembra que a estatal terá reunião do conselho de administração hoje. "A expectativa é que essa semana seja realizada a votação para novos conselheiros, todavia, o anúncio só deve sair depois da divulgação do balanço. Até lá, a influência do preço do barril de petróleo e as especulações em relação a uma possível troca no comando da empresa devem ditar o comportamento dos papéis", afirma o estrategista Marco Aurélio Barbosa em nota aos clientes.

O setor bancário também segue no vermelho e ajuda a pressionar o Ibovespa. Itaú PN cai 1,65%, seguida por Bradesco PN (-1,71%), Banco do Brasil ON (-1,83%) e Santander Unit (-0,88%).

Várias notícias negativas atingiram o setor nos últimos dias. Ontem, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que a derrocada de Eike Batista custou caro aos bancos. Até agora, segundo o jornal, o setor amarga perdas de pelo menos R$ 7,9 bilhões. Esse montante equivale a 27% do prejuízo provocado pelo ex-bilionário na praça, que atinge também fornecedores e compradores de seus títulos de dívida. No total, o rombo provocado por Eike chega a R$ 29,2 bilhões. Não está incluída na conta a desvalorização das ações de suas empresas.

Além disso, a Fitch Ratings avaliou em relatório divulgado na semana passada que os bancos podem te r de reforçar suas provisões para créditos desembolsados para companhias envolvidas na investigação da Operação Lava-Jato. Para a agência de classificação de risco, os bancos públicos podem ser os mais afetados por terem maior exposição a companhias dos setores de óleo, gás e construção.

Reportagem do Valor de sexta-feira também mostrou que cinco grandes bancos do país ? Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e HSBC ? serão chamados para explicar por que comunicaram apenas parte das operações financeiras suspeitas às autoridades. Se for comprovado algo que caracterize crime, os bancos podem ser multados.

Oi PN recua 6,36% e figura entre as maiores baixas do dia. O mercado aguardava com apreensão a assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom, que votaria a venda dos ativos da Oi em Portugal aos franceses da Altice. No entanto, diante da pressão do regulador de mercado português, a CMVM, e do presidente da mesa no encontro de acionistas, Antonio Menezes Cordeiro, a votação deve ser adiada.

Se deixar a decisão para as próximas semanas, a Oi seguirá em uma delicada situação financeira, com pouca flexibilidade para participar de um eventual movimento de consolidação no Brasil. Em Lisboa, a negociação dos papéis da Portugal Telecom está suspensa desde sexta-feira, por decisão da CMVM, que cobra "informações relevantes" sobre a companhia. A autoridade argumenta que pede há semanas informações necessárias para os acionistas votarem de forma "ponderada e esclarecida" a venda da PT Portugal, incorporada pela Oi em maio, mas não recebe respostas.

A CMVM também defende que a conclusão da investigação feita às instalações da Portugal Telecom pela empresa de auditoria PwC deveria ser conhecida com a antecedência legal de 21 dias. Mas o documento foi publicado apenas no dia 8 de janeiro.

Na ponta positiva do mercado estão Eletrobras PNB (2,85%), que se recupera do tombo de sexta-feira, além de papéis considerados "defensivos" e de exportadoras, como Braskem PNA (1,81%), Ambev ON (1,80%), Souza Cruz ON (1,82%), Vivo PN (1,70%) e Marfrig ON (1,27%).