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Pesquisas de crédito apontam brasileiro sem disposição para consumir

10/03/2015 20h56

Três dados divulgados nesta terça-feira (9) indicam que o consumidor brasileiro está de fato retraído neste início de ano. O público tem buscado menos crédito e, portanto, se endividado menos, o que também tem feito a inadimplência ceder, de acordo com números da Serasa Experian, da FecomercioSP e do SPC Brasil.

De acordo com a Serasa, a demanda do consumidor por crédito caiu 10,7% em fevereiro perante janeiro, quando teve queda de 2,5%. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve ligeira alta de 0,9%, o menor ritmo de avanço dos últimos sete meses.

Embora o desempenho do mês tenha sido afetado pelo Carnaval, a Serasa avaliou que o baixo grau de confiança dos consumidores e as altas taxas de juros têm reduzido a busca dos brasileiros por crédito.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor recuou 4,9% em fevereiro e atingiu seu menor nível desde setembro de 2005. Como reflexo, a confiança do comércio também teve queda forte no mesmo período, de 8,8%, o maior recuo em cinco anos.

Contratando menos crédito, o consumidor reduz as dívidas a serem pagas no dia a dia. Embora numa amostragem menor que a Serasa, é o que indica a pesquisa da FecomercioSP.

O percentual de famílias endividadas em São Paulo caiu pelo sétimo mês e chegou a 38,9% em fevereiro, 12 pontos percentuais menos que no mesmo período do ano passado, quando 50,9% tinham débitos a quitar.

A queda demonstra que o consumidor continua cauteloso na contratação de novos financiamentos em função do desempenho econômico do país, das altas dos preços e dos juros, que pressionam a renda das famílias, disse a entidade.

A FecomercioSP também identificou que no mês passado a busca por novas linhas de crédito caiu 5,4% na comparação com o mesmo mês de 2014.

Além disso, a maioria dos entrevistados (84,3%) disse não ter a intenção de contrair novos financiamentos nos próximos três meses. A inadimplência também caiu: 10,8% informaram estar inadimplentes, ante 14,4% em fevereiro de 2014.

Entre as famílias com contas atrasadas, 52,2% estão com as contas vencidas há mais de 90 dias; 24,5% possuem contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 21,6% estão com dívidas em atraso de até 30 dias.

Por fim, outra pesquisa, do SPC Brasil, mostrou que o número de pessoas incluídas em serviços de proteção ao crédito aumentou 2,33% em fevereiro ante o mesmo período do ano passado, um crescimento menor que os 3,12% registrados em janeiro.

Foi a menor variação desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.

Da mesma forma, a quantidade de dívidas atrasadas, que em janeiro havia registrado alta de 2,40%, cresceu menos e subiu 1,81% em fevereiro. Para o SPC Brasil, a menor oferta de crédito - mais que a regularização dos pagamentos - tem amenizado o crescimento da inadimplência.