Confiança do consumidor paulistano fica mais próxima de pessimismo
O consumidor paulistano está cada vez mais perto do pessimismo. Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) indica que a confiança do consumidor na cidade de São Paulo caiu 15,5% em relação a abril do ano passado. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) chegou a 101,6 pontos, em uma escala de zero a 200. O meio da escala, o número 100, separa a tendência otimista (acima de 100) da pessimista (abaixo).
Com o resultado do início deste mês, a Fecomercio SP apurou queda de 5% no índice de confiança em relação a março deste ano. Os 101,6 pontos deste mês representam o menor nível do indicador desde novembro de 2002 - última vez em que indicador ficou abaixo de 100 -, quando a economia brasileira atravessava um período de incertezas às vésperas da primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pessimismo é maior em faixas de renda mais elevadas. O ICC dos consumidores com renda familiar superior a dez salários mínimos ficou em 92,9, com queda de 21,6% na comparação com abril de 2014 e de 10,6% em relação a março. O recuo nesse estrato social foi motivado principalmente por uma piora na avaliação das condições econômicas, cuja avaliação piorou 35,4% na comparação com abril de 2014 e 23,1% em relação a março.
Desde maio de 1999, o ICC dos consumidores de renda acima de dez salários não ficava abaixo de 100. Na avaliação da assessoria econômica da Fecomercio SP, a desvalorização do real, ao lado da aceleração da inflação, da estagnação da economia e da instabilidade política ajudam a explicar a queda da confiança nos últimos meses.
O ICC dos consumidores com renda familiar até 10 salários mínimos ficou em 105,7 pontos em abril, com queda de 2,4% na comparação com março e de 12,8% em relação a abril do ano passado. O cenário político parece ter afetado mais a confiança dos consumidores de alta renda e os consumidores de menor renda, diz a assessoria econômica da entidade.
Na análise dos subíndices, as mulheres são o único segmento de consumidores que já estão pessimistas não apenas em relação às suas condições atuais, mas também a respeito das expectativas para o futuro.
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