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Setor de serviços lidera pedidos de recuperação judicial em 2016

06/01/2017 17h36

O setor de serviços no Brasil registrou o maior número de pedidos de recuperação judicial em 2016, com 713 solicitações. O número também representa um recorde histórico para as empresas desse segmento, segundo estudo feito pela Serasa Experian.

O número de pedidos de recuperação judicial no ramo de serviços aumentou 48,5% em 2016 em relação a 2015, quando 480 empresas desse segmento requereram esse tipo de proteção. Nos últimos dez anos, houve um aumento de mais de 11 vezes nos pedidos.

Em segundo lugar por setor, estão as empresas que atuam no comércio, com 611 solicitações de recuperações judiciais em 2016, alta de 51,2% em relação a 2015 e aumento de quase seis vezes ante 2006.

O segmento de indústria registrou 446 pedidos de proteção contra credores, ocupando o terceiro lugar entre os ramos que mais utilizaram esse recurso em 2016. Em relação a 2015, o número representa uma alta de 24,2% e nos últimos dez anos, foi 13 vezes maior.

Segundo os economistas da Serasa Experian, o aprofundamento da recessão econômica em 2016 atingiu de forma significativa o consumo das famílias, seja pela elevação do desemprego, seja pelo encarecimento do crédito. O setor de serviços, por estar muito relacionado à queda do consumo, foi o mais afetado pela crise.

No total, foram 1.863 recuperações judiciais requeridas em 2016, sendo que somente os setores de serviços, comércio e indústria representaram 1.770 das solicitações. Em relação a 2015, quando foram registrados 1.287 pedidos de proteção contra credores, houve alta de 44,8%.

A recuperação judicial é uma medida jurídica legal utilizada pela empresa para tentar evitar a falência, com a definição de um plano de resgate e uma reestruturação dos negócios. O pedido de recuperação, no entanto, é momento em que a companhia entra com a solicitação em juízo, acompanhado da documentação prevista em lei, e que será analisado pelo juiz e não garante a aprovação pela Justiça.

Falências

O estudo da Serasa aponta ainda que o setor de serviços também foi aquele com maior número de pedidos de falência em 2016. Foram 746 solicitações no ano passado, contra 700 requeridas por empresas do setor no ano anterior, alta de 6,6%.

A indústria foi o segundo setor que mais registrou pedidos de falência em 2016, com 676 solicitações, alta de 5% ante os 644 requerimentos em 2015. Em terceiro lugar, vem o ramo do comércio, com 416 pedidos.

O número de falências solicitadas nos três setores teve seu recorde em 2005, com 9.548 requisições. Naquele ano, o setor de comércio recebeu 4.081 solicitações de falência, a indústria 2.896 e serviços 2.520. Em 2016, as solicitações de falência somaram 1.846 nos três setores.

No caso das falências, cabe notar que muitas vezes os pedidos servem como instrumento de cobrança de débitos em atraso de empresas que não necessariamente estão com dificuldades financeiras.