'Tirar o pó' da reforma administrativa é a nova aposta de Guedes
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Depois uma semana em que amargou derrotas e até fritura pública do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recorreu a um desejo antigo para tentar a tão esperada recuperação econômica.
Na reunião de hoje pela manhã, no Alvorada, Guedes conseguiu mais uma vez o apoio público do presidente que avisou que o governo vai "encaminhar na quinta-feira a reforma administrativa".
Segundo auxiliares do ministro, a intenção de aproveitar o anúncio do auxílio emergencial para desengavetar a administrativa teve como intenção passar uma imagem de que o ajuste fiscal não será abandonado. Cálculos do governo chegaram a uma possível economia de R$ 500 bilhões em dez anos com mudanças no regime dos servidores. Mas, de acordo com técnicos, o valor deve ser menor do que o estimado inicialmente.
Esse foi um dos argumentos, segundo um líder, que convenceu o presidente Bolsonaro de que era preciso fazer o "anúncio casado".
A lentidão de colocar a matéria em pauta levou a saída do secretário Paulo Uebel na pasta de Guedes. Na ocasião, Bolsonaro havia avisado ao seu ministro: não queria mudanças que afetassem os servidores públicos neste ano.
Não à toa, o presidente completou a sua frase com a ressalva: "Que fique bem claro não atingirá nenhum dos atuais servidores. Ela e aplicará apenas aos futuros servidores concursados".
Alguns temas econômicos são como ping-pong no governo Bolsonaro. Hora saem da pauta e em outros momentos retornam como a solução dos problemas.
Em janeiro, Guedes afirmou que havia um compromisso com o Congresso de enviar a reforma administrativa o quanto antes e disse que ela teria uma aprovação rápida.
Nove meses depois, essa é a nova aposta do governo. As chances de sucesso do texto aumentam pelo fato de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é um entusiasta da medida.
No dia 12 de agosto, ao lado de Maia e Alcolumbre, o presidente fez um pronunciamento para defender o teto de gastos. Na ocasião, Maia falou publicamente da necessidade da reforma administrativa.
Mas o momento, e as lições do passado, devem deixar pelo menos um ensinamento: o Congresso é imprevisível.
Novo modelo de articulação
O anúncio de hoje foi feito após uma reunião que contou com a participação de líderes. O novo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), também fez uso da palavra e anunciou que agora o governo passaria a realizar reuniões com parlamentares com mais frequência.
"É a nova maneira de fazer articulação", disse o líder. "Vamos acordar com líderes primeiro e anunciar depois", completou.
De acordo com um auxiliar do presidente, é isso que eles pretendem fazer inclusive com o restante da reforma tributária, que estava prometida para agosto. Segundo essa fonte, será o tema da próxima reunião, na "semana que vem".
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