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Romero Jucá está de volta a Brasília; a eleição já começou
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Os trabalhos no Congresso em 2022 ainda estão começando, mas algumas figuras interessadas em continuar ditando os rumos e as leis do país já circulam em Brasília. As conversas nos corredores da Câmara e do Senado têm um tema central: as eleições. E elas já começaram.
Nesta quarta-feira (9), enquanto o plenário da Câmara aprovava a urgência e votava o projeto conhecido como "pacote do veneno", algumas figuras circulavam pelo Congresso em busca de outras articulações.
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Apressado, um senhor de terno azul-turquesa bem cortado entrou no Plenário, com livre acesso, por conta de seu antigo cargo de senador. Era Romero Jucá (MDB-RR), que foi derrotado nas eleições passadas, mas sempre se manteve próximo ao poder.
Senador de 1995 a 2019, economista, Jucá é considerado um cacique do MDB e circula com desenvoltura entre oposição e situação. No governo de Michel Temer, Jucá foi a primeira baixa, deixando o posto de ministro do Planejamento, o que cuida do Orçamento do país, apenas 12 dias depois de sua nomeação.
Mesmo após sua saída do cargo, o senador continuou ajudando o governo de Temer e, assim como Rogério Marinho (atual ministro do Desenvolvimento Regional), foi penalizado nas últimas eleições e ficou sem mandato.
Nesses três anos, Jucá não submergiu completamente. Se dividiu entre angariar e garantir votos em seu reduto eleitoral e prestar consultoria em Brasília. Sua empresa tem o nome de Blue Solution Government Intelligence, uma referência à cor azul do carpete do Senado, onde ele exerceu mandatos por 24 anos.
Além de ministro relâmpago de Temer, o político foi líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Questionado pela coluna sobre sua ida ao Congresso, Jucá demonstrou que a atividade era uma rotina. "Teve uma reunião da executiva do MDB e depois eu fui à Câmara tratar com o líder do partido, Isnaldo (Bulhões Jr -AL). Nenhuma novidade", disse.
Sobre se estava confiante e animado para retomar o mandato, além de dizer que "Deus está no comando", Jucá afirmou estar em "pré-campanha".
Pré-campanha ou campanha?
É consenso no meio político que as eleições de 2022 começaram cedo demais. Há até mesmo receio em apontar campanha antecipada de adversários, pois o que se fala é: "todos estão fazendo".
O presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, escancarou em viagens pelo Nordeste nesta semana que seu objetivo é continuar no poder. E ele está disposto a usar a máquina do governo a seu favor.
A avaliação negativa do governo de Bolsonaro na região subiu de 56% para 61%, entre janeiro e fevereiro, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta (9).
Bolsonaro sabe que precisa investir na região para conquistar votos que historicamente pertencem ao seu principal adversário: o ex-presidente Lula.
Pedir voto não pode
Pela legislação eleitoral é proibido declarar candidatura antes da hora e fazer qualquer pedido de voto de forma explícita ou implícita. "O uso de outdoors para exaltar qualidades pessoais de possíveis candidatas e candidatos também não é permitido, e essa regra vale tanto no período eleitoral quanto fora dele", diz o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Durante seu giro pelo Nordeste, o presidente Bolsonaro foi recebido por cartazes e subiu em palanques.
Em evento oficial, nesta quarta-feira (9), em Jardim de Piranhas (RN), ex-senador Magno Malta (PL-ES) pediu voto para Bolsonaro. "Precisamos reconduzir esse homem ao poder, à reeleição. Depois dele, outro conservador e depois outro conservador", afirmou Malta, que também perdeu mandato nas últimas eleições e pretende voltar ao Senado em 2023.
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