O BBB vai começar e eu sei de coisas que você não sabe
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Não importa se você gosta ou não de BBB, de alguma forma vocês vão se esbarrar nos próximos cem dias. O programa, que há duas décadas invade a nossa TV, expandiu a sua cobertura e agora nos acompanha também o tempo todo nas redes sociais, na home dos portais e nos grupos de zap. Não estou exagerando: em 2020 o programa teve mais de 270 milhões de menções no Twitter, dez vezes mais que a edição anterior.
As novidades no formato do programa e a pandemia ajudaram a emissora a alcançar o recorde histórico nas votações e a expressiva audiência média diária de 37 milhões de pessoas. E isso atrai patrocinadores, fazendo a roda girar novamente.
A lista de participantes desse ano já foi divulgada e todos estão na expectativa do que vai rolar. Eu não faço ideia, mas, se o tema da redação do Enem fosse o BBB, eu escreveria sobre um ponto de vista que vai além do óbvio: o dos marketeiros anunciantes.
Até agora, dez grandes marcas já confirmaram presença como patrocinadores: McDonald's, Avon, PicPay, Americanas, C&A, P&G, Amstel, Seara, Above e Organnact.
Os valores desses pacotes já divulgados apontam a R$ 530 milhões em publicidade —algo perto de R$ 50 milhões em média por marca (um valor muito importante para qualquer uma dessas empresas).
O histórico mostra que, além desses, um punhado de outros anunciantes também deve entrar no projeto (como a Coca-Cola, que já confirmou presença na sala de cinema dos brothers). Ou seja, ninguém duvida que o programa pode arrecadar fundos na casa do bilhão.
Mas qualquer comerciante que precisa vender o mesmo projeto todo ano sabe que ele só vai dar certo se os clientes estiverem satisfeitos. Isso significa que o BBB tem que dar muita audiência de novo. E que os patrocinadores precisam estar felizes com a sua exposição lá.
Você quer ter um cheiro do que vai acontecer na casa? Olhe para as marcas que estão anunciando. Tente perceber o seu perfil e as suas situações no mercado. Cada uma delas fez uma aposta pesada. E precisa fazer esse investimento render. Estamos falando de marcas de batom, escova de dentes, xampu, barbeador, cerveja, roupas, Big Mac, refrigerante, sistema de pagamentos, app, e-commerce e comida congelada. O que será que elas estão planejando?
Acredite em mim: neste exato momento, cada uma dessas empresas está fazendo os seus pedidos à emissora para ter o retorno que deseja. Elas definem juntas as provas, festas e dinâmicas da casa. Isso influencia significativamente o programa e pode mudar as interações com o público, os prêmios, desafios, as votações e até os detalhes como o big fone, as roupas, os horários ou o confessionário.
Vou parar por aqui porque não tenho as pretensões de ser um "Mister M" que conta todos os segredos do marketing. Mas tenho certeza de que você vai se lembrar desse texto daqui a algumas semanas, quando reparar em alguma novidade que essas marcas trouxeram.
Na vida real, os reality shows são marketing shows. Tanto para os participantes, quanto para os anunciantes. Ganha o prêmio quem souber usar melhor essa oportunidade.