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Aviões sumidos: por que caixas-pretas não transmitem dados em tempo real?

Ao longo da história, alguns aviões desapareceram e seu paradeiro é um mistério até os dias de hoje.

São casos como o do voo MH 370, da Malaysia Airlines. Ele fazia a rota entre Kuala Lumpur (Malásia) e Pequim (China) em 2014, quando desapareceu com 239 pessoas a bordo.

Outro caso foi o do voo Varig 967, que sumiu em 1979. A aeronave era um Boeing 707 que decolou de Narita (Japão) rumo ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e antes faria uma Los Angeles (EUA).

Com tanta tecnologia, por que aviões ainda desaparecem?

Caixas-pretas em tempo real?

Um dos principais dispositivos utilizados para investigar um acidente aéreo é a caixa-preta do avião. Embora não seja obrigatória em todos os tipos de aeronaves, elas armazenam diversas informações fundamentais para entender o que aconteceu em um voo.

Sua função primária, entretanto, não é fornecer a localização das aeronaves. De acordo com Fabio Rocha, gerente de Manutenção da Gol, esses dados não precisam de um acompanhamento tão rápido.

"Ter esses dados em tempo real não é fundamental. Nossas aeronaves enviam os dados sempre ao final de cada dia de voo e isso já é suficiente para as análises que precisam ser realizadas", diz Rocha. Ao mesmo tempo, o valor gasto para uma transmissão em tempo real para analisar o que o avião está enfrentando é muito alto.

O volume de dados é muito grande e a transmissão de dados a partir de aeronaves possui um custo elevado. As aeronaves são programadas para enviar apenas alguns poucos alertas, os quais possuem uma quantidade baixa de dados e com isso se tornando viável o envio a partir do avião
Fabio Rocha, da Gol

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Para solucionar essa questão, uma alternativa é ter uma banda larga mais econômica, diz o executivo.

Qual alternativa para localizar aviões?

Hoje, a principal tecnologia usada para receber informações básicas de voo é chamada de ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast, ou, transmissão de vigilância dependente automática). Ela registra a localização da aeronave (que é definida, geralmente, por coordenadas GPS) e envia o sinal contendo, além da posição do avião, dados como velocidade, rumo, altitude, características do avião etc.

Essas informações são captadas por antenas no solo e, quando o avião está sobre o oceano, por satélites. Dali, são repassadas para os diversos destinos, como empresas aéreas ou plataformas de rastreamento de voos online.

Sistema para emergências

Para Philippe Priouzeau, diretor técnico de atividades de aviônica de voo da fabricante do setor aeroespacial Thales, a indústria aeronáutica trabalha para melhorar a resposta a situações de emergência. Quem encabeça um grupo de trabalho com esse objetivo é a OACI (Organização da Aviação Civil Internacional).

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O sistema que está sendo elaborado é o Gadss (Global Aeronautical Distress & Safety System, ou, Sistema Global de Socorro e Segurança Aeronáutica). O executivo destaca que o sistema poderá contar com receptores de GPS e sistemas de navegação para permitir o posicionamento exato.

Informações ao vivo

Para que ambas as informações, tanto de localização quanto dados das aeronaves, cheguem em tempo real às empresas, é preciso desenvolver ainda um sistema de transmissão de dados de banda larga de baixo custo e eficiente. Mesmo assim, seria necessário observar quais são os dados fundamentais para monitorar um voo.

Uma informação como, por exemplo, baixa pressão no pneu do trem de pouso pode ajudar as empresas a planejarem o pouso com mais segurança. Poderia ser o caso de se alternar o aeroporto de destino ou de já deixar as equipes de emergência em alerta, mas isso pode ser feito pelos próprios pilotos via rádio.

Aviões desviando da rota também soariam um alarme nas empresas. De qualquer maneira, qualquer atitude que teria de ser tomada a bordo, não teria como sofrer interferência das empresas, dependendo apenas da experiência e capacidade dos pilotos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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