Mexeu sem querer: como é assento que teria feito avião despencar 120 metros
Uma falha no assento foi a provável causa de um incidente com um avião da Latam ocorrido no dia 11 de março entre Santiago (Chile) e Sydney (Austrália), que deixou pelo menos 13 feridos. A informação é de um relatório preliminar de investigação divulgado pela DGAC (Direção-Geral de Aeronáutica Civil do Chile).
Segundo o documento, o assento do comandante, situado no lado esquerdo da cabine de comando, iniciou um "movimento involuntário para frente". No momento, o piloto estava sentado em sua posição.
Como funciona o assento
O assento do piloto do Boeing 787 funciona de forma eletrônica. O piloto deve ajustar sua posição nele de forma que tenha uma visão adequada de todos os instrumentos e do lado de fora da cabine.
Há ao menos dois locais no assento onde os pilotos podem ajustar as posições. Um deles fica na parte de trás do assento, embaixo do encosto de cabeça, e o outro fica ao lado do banco.
O ajuste localizado na parte de trás afasta ou aproxima a poltrona dos comandos do avião para que os pilotos possam se posicionar em seus lugares. O da lateral permite a mesma aproximação, além de regular a altura.
O sistema ainda tem um botão de emergência. Ele fica na lateral do assento, um pouco mais para trás, e corta a energia do sistema de movimentação em caso de problemas.
Interruptor
O interruptor na parte traseira do assento já apresentou problemas em outros exemplares do 787. Em situações diferentes, ele se soltou, ficando fora de posição.
Nas fotos do relatório, é possível observar que a tampa do interruptor do assento do comandante não se fecha completamente. Ao mesmo tempo, do lado do copiloto, à direita, ela está fechada corretamente.
Se uma pessoa encostar na tampa quando o interruptor não está devidamente encaixado, pode acionar o movimento do assento acidentalmente. Esse, entretanto, é apenas um relato derivado de outros casos, e não representa o que aconteceu no voo da Latam, que ainda está sendo investigado.
Pode ser usado em emergência
Caso algum piloto fique inconsciente, o botão que movimenta o assento poderá ser usado para evitar um problema maior. Por ficar em um local de fácil acesso, outras pessoas podem afastar o tripulante dos comandos, tanto para socorrê-lo, quanto para retirá-lo de operação.
Caso não houvesse essa opção, seria necessário se debruçar sobre os comandos do avião para acionar o controle do assento. Isso poderia causar problemas para o voo caso algo seja acionado acidentalmente.
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O relatório divulgado pela DGAC diz que o assento do lado esquerdo da cabine, com o capitão em posição, iniciou um "movimento involuntário para frente". O relatório não explica o que teria provocado o movimento involuntário.
A recuperação da aeronave pela tripulação de voo de uma condição de descida involuntária de aproximadamente 400 pés [120 metros] não excedeu as cargas positivas ou negativas permitidas pelo fabricante para este tipo de condição de voo.
Relatório do DGAC
50 pessoas passaram por triagem ambulatorial após o pouso. O voo, que saiu de Sydney, pousou em Auckland, e transportava 263 passageiros e 9 tripulantes técnicos e de cabine.
13 pessoas precisaram ser hospitalizadas, incluindo dois brasileiros. O incidente fez com que os passageiros fossem sacudidos, causando desespero e gritaria. 10 dos feridos eram passageiros e três eram tripulantes de cabine.
Na época, um porta-voz da Latam se recusou a comentar até que a investigação fosse concluída. Ele informou que a empresa estava trabalhando com as autoridades.
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