Já ouviu falar no estol? Ele é um dos maiores perigos para derrubar aviões
Você costuma viajar de avião? Já ouviu falar em estado de estol? O termo representa uma perda de sustentação que pode derrubar qualquer modelo de aeronave. O UOL te explica com detalhes as causas daquilo que é considerado um dos maiores perigos que podem ser enfrentados durante um voo.
Para entender o estol, é necessário saber como funciona a sustentação de um avião. Ela é obtida pelo perfil aerodinâmico da asa, que possui uma curvatura na parte de cima, enquanto a de baixo é praticamente reta. Isso faz com que o ar que passa por cima tenha uma velocidade maior do que aquele que passa por baixo, resultando em uma pressão mais baixa.
Essa diferença de pressão produz uma força que empurra a asa para cima, gerando a sustentação necessária para o avião decolar e se manter em voo.
Porém, durante a decolagem ou subida, a aeronave fica inclinada em uma posição conhecida como "ângulo de ataque": quando o nariz do avião e a frente da asa são levantados em relação à parte traseira. Conforme este ângulo aumenta, a sustentação da aeronave também aumenta e, para subir, o avião exige mais sustentação.
Ao ultrapassar o limite máximo de inclinação, chamado de ângulo de sustentação máxima, a aeronave entra em estol. Ou seja, perde sustentação rapidamente, ocasionando perda de altitude. Isso acontece porque a inclinação impede que o ar circule sobre a parte de cima da asa.
É como empurrar uma placa na posição vertical: o ar tem contato somente na parte da frente e o arrasto exige uma força bem maior do que se a placa estivesse na posição horizontal.
Além disso, como levantar o nariz da aeronave também diminui a velocidade, um avião pode entrar em situação de estol em um voo reto e nivelado se reduzir drasticamente a velocidade do voo. Isso porque em uma velocidade baixa, o ar que passa pela asa não é suficiente para gerar a sustentação.
Solução
Nas duas situações que podem gerar estol, a solução é colocar o nariz do avião para baixo, pois assim o ar passa novamente na parte superior da asa, a aeronave ganha velocidade e recupera a sustentação. Nesses casos, o piloto pode retomar o voo normalmente quando atingir uma velocidade segura.
Por isso, as manobras de recuperação de estol fazem parte do treinamento constante de pilotos e todos os aviões contam com algum sistema de alerta sobre o momento em que a aeronave está entrando em situação de risco de estol.
Nos aviões de pequeno porte, a alerta sobre aproximação de estol pode ser com um sinal sonoro similar a uma buzina, mas as aeronaves comerciais costumam ter um sistema que emite uma vibração no manche.
Fonte: Shailon Ian, engenheiro aeronáutico.
*Com matéria publicada em abril de 2019
Deixe seu comentário