Novo caça da FAB, Gripen feito no Brasil começa montagem final. Veja fotos

Foi concluída a montagem das quatro principais estruturas do avião: a unidade de armamento e as fuselagens traseira, dianteira e a central das asas. Segundo a Saab, o tanque de combustível também é montado nesse momento, além de serem realizados outros processos.

A etapa final é a mais detalhada, com diversos pontos críticos. Nesse momento, todo o cabeamento é instalado no caça, somando 35 quilômetros de fiação, além de 300 metros de canos.

Em seguida, os aviônicos, que são os instrumentos eletrônicos da aeronave, são dispostos em seus devidos lugares. Ao mesmo tempo, a unidade auxiliar de energia, os rádios, motor e outros componentes são colocados no avião.

Por fim, a aeronave é pintada com a sua camuflagem operacional. Após essa última etapa, o Gripen E passa a ser preparado para o voo, com a calibração de diversos sistemas, incluindo os de navegação e de controle do avião.

Com todas as etapas concluídas, o primeiro Gripen E fabricado em território brasileiro poderá ser entregue para a FAB. A previsão é que isso ocorra em 2025.

A unidade de Gavião Peixoto ainda está fabricando outra unidade do caça, e uma terceira deverá entrar na linha de produção em julho.

Transferência de tecnologia

A linha de montagem do Gripen E no Brasil foi inaugurada em maio de 2023. Nela serão fabricados 15 dos 36 aviões que a Aeronáutica contratou.

Para garantir que a operação seja bem-sucedida, foi realizada uma série de transferências tecnológicas para o Brasil. Ainda em Gavião Peixoto, foram instaladas estruturas como o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e o Centro de Ensaios em Voo do Gripen.

Os dois novos espaços garantem que o desenvolvimento do caça na versão feita para a demanda brasileira seja adaptada à realidade do país. Com isso, a indústria de defesa nacional ganha novas capacidades de produção e fabricação, uma das intenções iniciais ao adquirir o caça sueco.

Histórico

O Gripen E foi escolhido como vencedor do programa FX-2, que busca a modernização da frota supersônica da FAB. O anúncio do ganhador da disputa foi feito em 2013 pelos então ministro da Defesa, Celso Amorim, e comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.

Na etapa final do projeto, também concorriam o francês Dassault Rafale e o norte-americano Boeing F-18. Segundo o governo, a escolha levou em consideração não apenas o custo final e de manutenção, mas, também, a transferência de tecnologia para o Brasil e performance dos caças.

Antes, em 2009, o presidente Lula havia anunciado que o modelo francês Rafale havia ganhado a disputa após o governo daquele país ter reduzido US$ 2 bilhões no preço total do pacote de 36 aeronaves. O anúncio, entretanto, não vingou, e o vencedor definitivo foi anunciado apenas quatro anos depois, durante o governo Dilma.

A primeira unidade, ainda fabricada na Suécia, voou pela primeira vez no Brasil setembro de 2020. Ela chegou de navio no porto de Navegantes (SC) e, dias após sua vinda, decolou do aeroporto localizado na mesma cidade.

Ficha Técnica

Modelo: Gripen E/F
Fabricante: Saab (na Suécia) e parceria com Embraer (no Brasil)
Função do avião no Brasil: Caça, superioridade aérea, ataque, instrução e guerra eletrônica
Unidades previstas: 28 do modelo Gripen E (apenas um posto a bordo) e Gripen F (biposto)
Comprimento: 15,9 metros
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 8,6 metros
Altura: 4,5 metros
Peso vazio: 8,2 toneladas
Peso máximo de decolagem: 16,5 toneladas
Velocidade máxima: 1.400 km/h, podendo chegar a 2.450 km/h com o uso de pós-combustores
Altitude máxima de voo: 16 km