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Dólar vai a R$ 1,692 e tem menor cotação dos últimos 2 anos

Da Redação, em São Paulo

30/09/2010 16h36Atualizada em 30/09/2010 16h36

A cotação do dólar comercial registrou o menor valor dos últimos dois anos e ficou abaixo de R$ 1,70. Nesta quinta-feira (30), a moeda norte-americana fechou em queda de 0,76%, a R$ 1,692 na venda. Com isso, o dólar atingiu a menor cotação desde o dia 3 de setembro de 2008, quando fechou a R$ 1,678, antes da crise financeira global.

No acumulado do mês, a moeda tem perda 3,7%. No ano, a baixa é de 2,93%.

A Bovespa fechou em alta de 0,29%, aos 69.429,78 pontos. Com isso, o Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) encerrou o mês de setembro com valorização de 6,58%.

A valorização do real acompanha o movimento recente de outras moedas no exterior, diante da expectativa de que o Federal Reserve (o Banco Central americano) anuncie novas medidas de estímulo à economia dos Estados Unidos.

Nesta quinta-feira, o mercado foi influenciado também pela definição da última Ptax (taxa média de câmbio) do mês, usada como referência para a liquidação de algumas operações financeiras, como de derivativos.

Mais uma vez o Banco Central (BC) realizou duas intervenções na tentativa de evitar uma queda ainda maior da moeda. No primeiro leilão, a taxa aceita foi R$ 1,697. Na segunda operação, o BC comprou dólares a R$ 1,692. 

O dólar rompeu o patamar de R$ 1,70, seguindo o viés do mercado global após semanas de hesitação diante da incerteza sobre a política de intervenções também do governo brasileiro.

Na véspera, o dólar já havia caído abaixo de R$ 1,70, mas se recuperou logo em seguida.

"O mercado continua com fluxo ainda forte de entrada. Você tem os juros altos, que atrai (capital). Você tem uma ameaça do governo de colocar imposto, IOF, que queira ou não acaba induzindo o pessoal a antecipar um pouco (a entrada de dólares). E tem fator mundial também", disse à José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.

Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo planeje mudar neste momento a cobrança de IOF sobre a entrada de capital estrangeiro para ações e renda fixa. No mesmo dia, porém, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, havia admitido a possibilidade.

Por ora, a intervenção do governo tem se restringido à compra de dólares pelo Banco Central no mercado à vista, em dois leilões por dia, com o objetivo de enxugar o fluxo excedente de moeda estrangeira.

De acordo com Amado, a aposta generalizada na queda do dólar enfraqueceu inclusive a tradicional disputa pela Ptax de fechamento do mês, quando os agentes tentam influenciar a taxa de câmbio usada como referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. "A briga de Ptax não existe. Está todo mundo do mesmo lado", afirmou à Reuters.

(Com informações da Reuters)