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Bolsa volta a 44 mil pontos, menor índice em quase 5 anos, no auge da crise

Do UOL, em São Paulo

14/03/2014 17h34Atualizada em 14/03/2014 18h17

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 1,05% nesta sexta-feira (14), aos 44.965,66 pontos. É a menor pontuação da Bolsa em quase cinco anos, desde o dia 22 de abril de 2009, quando fechou em 44.888,2 pontos.

A economia atravessava, então, o auge da crise econômica global, que se agravou a partir de setembro de 2008.

Na semana, a Bolsa acumulou queda de 2,76%. Foi a quarto semana seguida de quedas. No mês, até agora, a baixa acumulada é de 4,52%; no ano, a Bovespa tem queda de 12,7%.

Segundo a agência de notícias Reuters, os investidores estavam pessimistas com as medidas do governo para tentar ajudar o caixa das distribuidoras de energia elétrica.

No cenário internacional, os investidores estavam preocupados, aguardando a realização de um referendo na Crimeia que pode apontar uma direção para os recentes conflitos políticos e econômicos na região.

Dólar fecha em queda, mas sobe na semana

dólar comercial fechou em queda de 0,42%, cotado a R$ 2,352 na venda. Segundo dados da BM&F, os negócios movimentaram cerca de US$ 1,6 bilhão nesta sessão.

Na semana, a moeda norte-americana acumulou ganhos de 0,15%. No mês, registra alta de 0,28%; no ano, o dólar acumula perdas de 0,25%.

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Elétricas puxam queda da Bolsa

As ações do setor elétrico estavam entre as principais influências negativas da Bovespa nesta sexta. As medidas do governo para enfrentar o problema de caixa das distribuidoras de energia causou desconfiança nos investidores.

Apesar da medida aliviar a situação do caixa das distribuidoras, o índice do setor de energia da Bolsa caiu 2,14%.

O rombo nos caixas das empresas do setor é estimado em R$ 12 bilhões. O governo anunciou na quinta-feira que o Tesouro Nacional fará um aporte de R$ 4 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e, para isso, deve elevar impostos e utilizar recursos do programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis).

Para fechar a conta, até R$ 8 bilhões devem ser captados no mercado pela Câmara de Comercio de Energia Elétrica (CCEE) e pagos a partir do ano que vem pelos consumidores na conta de luz. 

Agentes financeiros ouvidos pela Reuters se questionavam se alguma parcela da captação será fornecida por bancos públicos, o que poderia aumentar a necessidade de empréstimos do Tesouro para tais instituições.

Analistas do JPMorgan apontaram que o fato de não haver elevação imediata de tarifas não contribuiu para reduzir o risco de racionamento, uma vez que não envia nenhum sinal de preço a consumidores que possa ajudar a reduzir a demanda por energia.

MRV despenca 12,5%; CSN sobe 11,7%

Individualmente, a maior queda do Ibovespa foi da construtura MRV Engenharia (MRVE3), cujos resultados do quarto trimestre tiveram reação negativa do mercado, com queda de 37,2% do lucro. A ação desabou 12,5%, a R$ 7,35.

No outra ponta, subiram 11,74% as ações da CSN (CSNA3), após o Conselho de Administração aprovar programa de recompra de até 70,2 milhões de ações, 10% dos papéis em circulação da empresa.

As siderúrgicas Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) avançaram, após o JP Morgan elevar a recomendação das empresas para "overweight", desempenho acima da média do mercado, citando forte correção dos papéis.

Por sua vez, ALL (ALLL3) avançou 5,15% após a empresa obter licença ambiental para concluir a duplicação da ferrovia entre Campinas e o Porto de Santos, que deve elevar a capacidade de transporte de 15 para cerca de 40 pares de trens por dia.

Bolsas internacionais

As Bolsas europeias e asiáticas fecharam em queda nesta sexta-feira. Investidores estavam preocupados com as tensões na Ucrânia antes do referendo na região da Crimeia.

Na Bolsa espanhola, o índice Ibex-35 recuou 1,39%. Na Itália, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,19%. Em Londres, o Financial Times fechou em baixa de 0,4%. O CAC-40, da França, perdeu 0,8%. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em queda de 0,5%. Na contramão, o índice alemão DAX subiu 0,43%.

Na Ásia, a maior baixa foi do índice japonês Nikkei, que caiu 3,3%, para menor nível em um mês. Na semana, o índice registrou queda de 6,2%, o maior recuo semanal desde junho.

A Bolsa de Xangai perdeu 0,73%. Sydney recuou 1,54%. Seul caiu 0,75%. A Bolsa de Taiwan teve desvalorização de 0,69%, e a de Cingapura fechou em baixa de 0,25%.

(Com Reuters e Valor)