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Pão de Açúcar cai mais de 2% na Bolsa após família Diniz vender ações

Do UOL, em São Paulo

14/07/2014 17h33

Os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) fecharam em queda de 2,08% nesta segunda-feira (14), cotados a R$ 103,90, após a família Diniz vender praticamente todas as suas ações em leilão na Bolsa de Valores. O leilão movimentou R$ 1,2 bilhão.

Abilio Diniz, que deixou o comando do Conselho de Administração do GPA no ano passado, já havia vendido todas as ações do GPA que mantinha em seu nome em maio, mas membros de sua família ainda mantinham participação no negócio.

Segundo informações fornecidas pela BM&FBovespa, foram vendidas cerca de 11,5 milhões de ações preferenciais a R$ 103,58 cada, um desconto de 2,4% sobre o preço de fechamento na sessão de sexta-feira. 

Filhos de Abilio vendem quase todas suas ações

Por meio da operação, os filhos do empresário --Adriana, Ana Maria, Pedro Paulo, João Paulo, Rafaela e Miguel-- venderam praticamente todas as ações que possuíam individualmente, disse a Península, empresa responsável pelos investimentos de Abilio. 

A empresa acrescentou que uma fatia residual e pouco significativa da empresa foi mantida após o término do leilão.

Questionada sobre os motivos que levaram ao leilão desta segunda-feira, a Península disse se tratar de uma estratégia de diversificação de investimentos, não dando detalhes sobre a destinação dos recursos obtidos com a venda das ações.

Família se afasta do negócio fundado há quase 66 anos

A transação marca mais uma etapa do afastamento da família Diniz do negócio, quase 66 anos depois do pai de Abilio, o português Valentim dos Santos Diniz, ter fundado a primeira loja do Grupo Pão de Açúcar.

Esse movimento teve início após a transferência do controle da maior varejista do Brasil ao grupo francês Casino em 2012, seguindo contrato acordado anos antes entre as partes.

Abilio deixou comando do GPA e comprou ações do Carrefour

No ano passado, Abilio deixou o GPA e abriu mão de todos os direitos políticos na empresa, sendo liberado, em contrapartida, da cláusula que estabelecia não competição com a companhia.

Em maio, o empresário comprou pouco mais de 1% do Carrefour, segundo fontes com conhecimento direto do assunto, utilizando recursos obtidos com a venda de suas ações no GPA.

Atual presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF, Abilio tentou articular em meados de 2011 uma fracassada união entre o Carrefour no Brasil e o GPA, tendo visto sua relação com o sócio Casino azedar a partir daí.

(Com Reuters)