
O Ibovespa emendou hoje sua segunda alta seguida, esta de 1,2%, e chegou aos 124.639,24 pontos — o maior patamar do ano. Só em novembro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já disparou 10,16%.
Já o dólar subiu 0,17% e fechou a quinta-feira (16) vendido a R$ 4,87, ainda impulsionado pela divulgação de novos dados econômicos dos Estados Unidos. No mês, porém, a moeda americana acumula queda de 3,4%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Mercado ainda repercute dados de consumo dos EUA. As vendas no varejo caíram 0,1% no mês passado, abaixo da previsão de economistas consultados pela Reuters (0,3%). O dado impulsionou o dólar ontem e hoje, com a percepção de que a resiliência da economia americana pode fazer com que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) adie eventuais cortes nos juros.
Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer o dólar. A perspectiva de que os juros americanos se mantenham por mais tempo no patamar atual — de 5,25% a 5,50% ao ano — torna o mercado de renda fixa dos EUA mais atrativo aos investidores. Essa possibilidade de bons retornos financeiros tende a beneficiar o dólar, considerado um investimento seguro.
Risco fiscal no Brasil ainda preocupa, mas investidores veem alívio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu que o Congresso faça um esforço para aprovar medidas que aumentem a arrecadação e gerem "conforto" para o relator do Orçamento de 2024. A firmeza de Haddad quanto ao equilíbrio das contas públicas tem ajudado a diminuir o pessimismo no mercado, impulsionando o Ibovespa.
Haddad se manteve firme e colocou isso nos seus discursos, se mantém alinhado à meta zero. Mesmo que a meta seja mudada, pelo menos o ministro da Fazenda está mostrando que vai buscar equalizar as contas no ano que vem, também com maior cuidado em relação a medidas de aumento da arrecadação.
Matheus Pizzani, economista da CM Capital, à Reuters
(*Com Reuters)
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