Dólar cai a R$ 4,891 com otimismo sobre inflação; Bolsa também recua

O dólar caiu 0,27% e fechou o dia vendido a R$ 4,891, depois de subir 0,69% na véspera. No mês, a moeda americana ainda acumula valorização de 0,79% em relação ao real.

Já o Ibovespa teve queda de 0,46% e chegou aos 130.841,09 pontos. É o segundo dia seguido de baixa para o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que já recuou 2,49% em janeiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Há otimismo com os dados da inflação no Brasil que saem amanhã (11). Economistas consultados pela Reuters preveem aceleração do IPCA para 0,48% em dezembro, ante 0,28% no mês anterior. A inflação acumulada em 2023, porém, é estimada em 4,54% — dentro do limite da meta, que é de 3,25% e tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo variar de 1,75% a 4,75%.

Mercado também espera por números da inflação nos EUA. Os dados são importantes para balizar as expectativas dos investidores quanto à trajetória dos juros americanos. Por ora, a maior parte do mercado ainda aposta que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) vai começar a reduzir os juros em março, mas as projeções podem mudar a depender da inflação.

Juros menores nos EUA costumam beneficiar o real e a Bolsa. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir as taxas em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

A gente está discutindo uma inflação que será um pouco mais alta, mas é muito mais por conta do preço dos alimentos, e não por algum desenvolvimento negativo nos componentes do núcleo. Isso traz uma perspectiva mais positiva para a condução da política monetária aqui dentro, além de mais estabilidade macroeconômica também.
Matheus Pizzani, economista da CM Capital, à Reuters

(*Com Reuters)

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