Dólar tem 3ª alta e vai a R$ 4,992, puxado por queda do petróleo; Bolsa cai

O dólar emendou sua terceira alta consecutiva, esta de 0,8%, e fechou o dia vendido a R$ 4,992. Desde a última sexta-feira (16), a moeda americana acumulou ganhos de 0,53% frente ao real, depois de já ter saltado 0,11% na semana anterior.

Já o Ibovespa caiu 0,63% e chegou aos 129.418,73 pontos, interrompendo uma sequência de seis altas seguidas. Mesmo com o desempenho de hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) termina a semana em alta de 0,54%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Preocupações com a China fizeram dólar subir no mundo. Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, explicou à Reuters que a alta do dólar não se trata de um movimento específico frente ao real, mas sim de uma tendência global desencadeada por preocupações com a economia da China, além da forte queda nos preços do petróleo na sessão.

Paralelamente, mercado segue pessimista com os juros nos EUA. Nesta semana, a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) mostrou que a maior parte dos membros está preocupada com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais. Ou seja: ainda há ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos devem permanecer no patamar atual.

Queda do petróleo contribui para baixa no Ibovespa. Os contratos futuros do barril do tipo Brent registram queda de mais de 2%, pesando nas ações da Petrobras, que têm participação importante na Bolsa. Em contrapartida, o último balanço da Vale e a valorização do minério de ferro na China impulsionam os papéis da mineradora, limitando as perdas do Ibovespa.

Hoje a agenda estava bem vazia. Boa parte da baixa no Ibovespa segue o movimento no exterior, que é puxado pela queda das commodities. Parte deste recuo está sendo aliviada pela alta das ações da Vale, que tem um peso relevante na Bolsa, refletindo o bom resultado divulgado ontem.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

(*Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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