Dólar cai a R$ 4,982, à espera de dados de inflação dos EUA; Bolsa sobe

O dólar caiu 0,22% e fechou o dia vendido a R$ 4,982, perdendo parte dos ganhos registrados na sexta (23). No mês, a moeda americana ainda acumula alta de 0,9% frente ao real.

Já o Ibovespa subiu 0,15% e chegou aos 129.609,05 pontos. Com o resultado de hoje, o principal índice da B3 agora registra salto de 1,45% em fevereiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Investidores esperam por novos dados dos Estados Unidos. Leituras recentes indicaram resiliência da atividade econômica, além de inflação mais alta do que o esperado. "Os mercados devem continuar em modo de espera até haver maior confiança de que a batalha contra a inflação será ganha", disse à Reuters Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank. O índice PCE será divulgado na quinta (29).

Números interferem diretamente na trajetória dos juros americanos. Uma inflação ainda alta nos EUA pode levar o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) a manter os juros em patamar elevado por mais tempo do que o esperado. Isso tende a favorecer ao dólar, já que motiva investidores a redirecionarem recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro.

Semanda ainda traz prévia da inflação no Brasil, que fica em 2º plano. Para participantes do mercado, o IPCA-15 — que sai na terça (27) — não deve gerar grandes impactos no câmbio, já que o foco está mais voltado para o cenário global. "O espaço para surpresa na condução da política monetária [brasileira] é extremamente limitado", completou Moutinho, citando a taxa básica de juros (Selic).

Ibovespa em dia de alta, com Petrobras acompanhando o salto do petróleo lá fora. Já a Vale se destaca entre as maiores quedas, seguindo o minério de ferro, que chegou ao menor preço em quatro meses com a fraca demanda de aço na China. Os pares da companhia na B3, como Gerdau e CSN, também têm baixa.
Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco

(*Com Reuters)

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