Dólar cai a R$ 4,934 com possível corte de juro nos EUA; Bolsa também recua

O dólar caiu 0,24% e fechou o dia a R$ 4,934, chegando a segunda sessão seguida de perdas. Na semana, a moeda americana acumula queda de 0,43% frente ao real.

O Ibovespa também teve baixa no pregão e chegou aos 128.339,76 pontos. Com o recuo de 0,43% registrado hoje, o principal índice da B3 chega à perda de 0,65% desde segunda (4).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado reage a novas falas do presidente do BC dos EUA. Jerome Powell disse hoje ao Senado que o Fed (Federal Reserve) "não está muito longe" de atingir a confiança necessária para começar a cortar os juros. As declarações são semelhantes às feitas na quarta (6) à Câmara, quando Powell afirmou que "provavelmente será apropriado" reduzir os juros ainda em 2024.

Possível queda nos juros americanos deve beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Segue a expectativa por novos dados de emprego nos EUA. Espera-se que o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola (payroll), que sai na sexta (8), mostre a abertura de 200 mil empregos em fevereiro. Se os dados vierem acima do esperado, isso deve alongar a expectativa do prazo para reduzir os juros nos EUA — o que pode impulsionar o dólar.

As falas de [Jerome] Powell sobre a cautela no processo de corte de juros [nos EUA] ajudam a manter o dólar mais fraco contra outras moedas. (...) O fato é que os dados recentes apontam para uma queda na inflação e um nível de atividade e emprego elevados. Diante disso, não há motivos para pensar em cortes de juros tão cedo, sob uma ótica exclusivamente técnica.
Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed

(*Com Reuters)

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