Desemprego é de 13,6% e atinge 14 milhões de trabalhadores, diz IBGE
O desemprego no país foi de 13,6%, em média, no trimestre de fevereiro a abril, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No período, o número de desempregados no Brasil foi de 14 milhões de pessoas.
Os números tiveram leve queda em relação ao trimestre de janeiro a março, quando a taxa de desemprego foi de 13,7% e a população desocupada chegou a 14,2 milhões. A última vez em que houve recuo nesse tipo de comparação foi em novembro de 2014. Na época, a taxa estava em 6,5%.
Em relação ao trimestre de novembro a janeiro, são cerca de 1,1 milhão de desempregados a mais, alta de 8,7%. Em um ano, são 2,6 milhões de pessoas a mais sem emprego, um aumento de 23,1%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc).
'É cedo' para comemorar
Segundo o coordenador da Pnad, Cimar Azeredo, "a evolução da piora do mercado de trabalho parece ter estabilizado, mas ainda é cedo para apontar uma direção. O mercado de trabalho ainda espelha muito a conjuntura econômica negativa do país nos últimos dois anos".
Ele afirma que a crise política que atinge o país desde que o presidente Michel Temer passou a ser investigado pode afetar o emprego. "Essa instabilidade política cria um ambiente de incerteza e os investidores podem botar o pé no freio e afetar, consequentemente, o mercado de trabalho", diz.
Comparação com resultados anteriores
No trimestre de fevereiro a abril de 2017, a taxa de desemprego foi de 13,6%:
- no trimestre de novembro a janeiro, havia sido de 12,6%;
- no trimestre de janeiro a março, havia sido de 13,7%;
- um ano antes (fevereiro a abril de 2016), havia sido de 11,2%.
O número de desempregados chegou a 14 milhões:
- no trimestre de novembro a janeiro, havia sido de 12,9 milhões;
- no trimestre de janeiro a março, havia sido de 14,2 milhões;
- um ano antes (fevereiro a abril de 2016), havia sido de 11,4 milhões.
Número de trabalhadores
O número de pessoas com trabalho foi de 89,2 milhões entre fevereiro e abril, queda de 0,7% em relação ao período de novembro a janeiro, ou 700 mil pessoas a menos.
Em um ano, o total de trabalhadores caiu 1,5%, o que equivale a cerca de 1,4 milhão de pessoas.
Rendimento de R$ 2.107
O rendimento real (ajustado pela inflação) do trabalhador ficou, em média, em R$ 2.107. O valor é 0,57% maior que o do trimestre de novembro a janeiro (R$ 2.095) e 2,68% maior comparado com o mesmo período do ano anterior (R$ 2.052). O IBGE considera que houve estabilidade nas duas comparações.
Número de carteiras
O número de empregados com carteira assinada ficou em 33,3 milhões, queda de 1,7% na comparação com o trimestre de novembro a janeiro, ou 572 mil pessoas a menos com carteira. Em um ano, o país perdeu 1,2 milhão de empregos com carteira, queda de 3,6%.
Metodologia da pesquisa
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios.
O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
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