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Responder a estas quatro perguntas ajuda você a planejar a carreira

O que buscar? O que me atrapalha? O que evitar? Perguntas ajudam a planejar carreira - iStock
O que buscar? O que me atrapalha? O que evitar? Perguntas ajudam a planejar carreira Imagem: iStock

Juliana Carpanez

Do UOL, em São Paulo

04/10/2017 04h01

Toda hora é uma boa hora para planejar o desenvolvimento de sua vida profissional. Mesmo durante o desemprego, quando aumentam as chances de agarrar toda e qualquer oportunidade que se apresente. Quem defende isso é a psicóloga Márcia Vazquez, especialista em transição de carreiras.

Para ela, a falta de planejamento --tão comum entre os profissionais brasileiros-- é um agravante para essa onda de demissões no país. "Há alternativas, mas elas não aparecem do dia para a noite. É preciso ler, estudar, saber o que está acontecendo com as profissões, o que as empresas estão procurando”, diz a gestora de capital humano da consultoria Thomas Case & Associados.

Márcia Vazquez, da consultoria Thomas Case & Associados, defende que o planejamento esteja sempre presente na vida do profissional  - Marcio Komesu/UOL - Marcio Komesu/UOL
Márcia Vazquez defende a importância de planejar sempre a carreira; esteja você formalmente empregado ou não
Imagem: Marcio Komesu/UOL

Para fazer o planejamento, Márcia propõe que sejam respondidas as quatro perguntas abaixo --criando assim uma chamada “grade de metas”. Essas questões devem estar presentes no dia a dia e ser revisadas pelo menos a cada seis meses, para eventuais ajustes.

Se for difícil responder sozinho, ela sugere que se busque auxílio: não necessariamente profissional, mas de algum professor, ex-chefe, amigo, parente, colega ou outra pessoa que tenha experiência profissional e conhecimento suficiente para ajudar.
 

As quatro perguntas que você deve responder

  • O que eu tenho e quero preservar?

Aqui entram suas qualidades, habilidades, competências, disposições, atitudes e fatores intrapessoais. Tudo aquilo que pode ajudar.

No caso de desemprego, a resposta ajuda a pensar onde --áreas e/ou empresas-- essas características podem ser úteis e aproveitadas. “A mesmice mata a carreira. Existem formas de você vender seu produto, que é você mesmo, para outras atividades. Trata-se de desenvolver essas habilidades e vendê-las, sem necessariamente ter um vínculo empregatício [com o comprador ou com os compradores]”, afirma Márcia.

  • O que eu tenho e me atrapalha?

A especialista afirma haver muitos itens, principalmente comportamentais, que atrapalham o profissional: de medos a atitudes, por exemplo. Depois de identificados esses obstáculos, deve ser feito um esforço para que desapareçam ou saiam da zona de risco do profissional.

  • O que eu não tenho e quero conseguir?

As possibilidades aqui são inúmeras: cursos, novas habilidades, atitudes diferentes... O plano para consegui-las pode ser a curto, médio ou longo prazo. E seu avanço deve aparecer na revisão periódica do plano de metas, até para que você trace novos objetivos. 

  • O que eu não tenho e quero evitar?

“Não gosto”, “não sei fazer”, “não quero” e “não estou disposto”. Há muitos itens que se encaixam nessas categorias e podem ser mantidos assim, sem que o profissional faça um esforço para mudar. “Nem tudo aquilo que está fora [da vida profissional] me faz bem ou eu quero ter”, explica Márcia. Serve também para reduzir a sensação de culpa que você teve ao desistir do curso de mandarim (ou algo equivalente).

A importância do contexto social na vida profissional

Para considerar esse planejamento, é importante ter muito claro o contexto atual: o emprego como conhecemos está sendo substituído por trabalho. “As pessoas no Brasil não estão se preparando culturalmente para essa mudança. Então a tendência do desemprego é de piora, porque de fato não existirá mais emprego”, afirma Márcia.

Posso usar minha força de trabalho em áreas, empresas e com pessoas diferentes. Serão contratos por projetos, por tempo determinado. O trabalho não termina, o que termina é o emprego formal, com crachá e formatação das 8h às 18h
Márcia Vazquez

Essa distinção é muito importante, segundo a especialista, porque comumente confundimos emprego e trabalho. Assim, quando perde o emprego, o funcionário acha que perdeu a vida. “Não é verdade, o trabalho continua lá. Mas não conseguimos enxergar isso: queremos abrir um site de emprego e achar lá uma vaga prontinha para a gente.”

Se essa estrutura está em baixa, a saída passa também pelo entendimento de onde usar suas habilidades, conhecimentos e reforçá-los.

“A pessoa saberá que está no caminho certo quando estiver exercendo aquela atividade com satisfação: um sorriso na boca e um brilho no olhar. Quando os outros reconhecem que ela faz aquilo muito bem e o resultado é magnífico. Se for assim, provavelmente você estará no caminho certo.”