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País cria 529.554 vagas com carteira em 2018, após três anos de queda

Do UOL, em São Paulo

23/01/2019 09h43Atualizada em 23/01/2019 13h59

O Brasil criou 529.554 vagas com carteira assinada em 2018, após três anos seguidos de queda. Foi o melhor resultado desde 2013 (+1.138.562 vagas). Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Ministério da Economia.

O número se refere ao saldo, ou seja, às contratações menos demissões. Em 2018, foram 15.384.283 contratações e 14.854.729 demissões.

Considerando apenas o mês de dezembro, tradicionalmente negativo, houve fechamento de 334.462 postos de trabalho. O dado foi pior que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que esperavam fechamento de 328,6 mil vagas. 

Serviços e comércio lideram criação de vagas

Dos oito setores analisados, apenas um registrou fechamento de vagas, na administração pública:

  • Serviços: +398.603
  • Comércio: +102.007
  • Construção civil: +17.957
  • Serviços industriais de utilidade pública: +7.849
  • Agropecuária: +3.245
  • Indústria de transformação: +2.610
  • Indústria extrativa mineral: +1.473
  • Administração pública: -4.190

Abertura de vagas em todas as regiões

No acumulado de 2018, todas as regiões registraram aumento de vagas:

  • Sudeste: 251.706
  • Sul: 102.223
  • Nordeste: 80.639
  • Centro-Oeste: 66.825
  • Norte: 28.161 

Considerando os estados, apenas quatro tiveram fechamento de vagas:

  • Mato Grosso do Sul: -3.104
  • Acre: -961
  • Roraima: -397
  • Alagoas: -157 

O estado que mais criou vagas foi São Paulo (+146.596), seguido por Minas Gerais (+81.919) e Santa Catarina (+41.718).

Bolsonaro vai aprofundar mudanças na lei, diz secretário

Seguindo o clima da retomada econômica, somente em dezembro houve mais demissões que admissões na análise de todos os meses de 2018, conforme série com ajustes do Caged.

Ainda assim, são pouco mais de 12 milhões de desempregados no Brasil, de acordo com os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Pela primeira vez desde 2014 estamos tendo inflexão positiva dos números do emprego formal do Brasil", disse o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

Ele disse que o "equívoco das políticas econômicas" resultou na diminuição drástica das vagas nos últimos anos e que "esses erros não podem se repetir no futuro".

Segundo Marinho, o governo de Jair Bolsonaro irá aprofundar as mudanças na legislação trabalhista para melhorar o quadro do emprego formal no país. Ele disse ainda que a expectativa é que o resultado de 2019 seja melhor que o de 2018, embora não tenha detalhado números.

IBGE faz pesquisa diferente

Os dados do Caged consideram apenas os empregos com carteira assinada. Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.

A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua registrou que o Brasil tinha, em média, 12,2 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro.

(Com Reuters)

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