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Juros básicos caem a 13,75%. Poupança melhora? Onde investir seu dinheiro?

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Imagem: Getty Images/iStockphoto

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2016 18h41Atualizada em 02/12/2016 11h37

O Banco Central cortou pela segunda vez seguida a taxa básica de juros, a Selic (agora foi para 13,75%).

Segundo Ricardo Humberto Rocha, professor de Finanças do Insper, se o BC não tivesse abaixado a taxa, poderia gerar um mal-estar no mercado, pois a expectativa é que essa queda aconteceria.

"Não houve nada tão grave que não permitisse uma queda de 0,25 ponto percentual, mas não estamos em céu de brigadeiro para uma queda de 0,5 ponto", diz. "Mas, se o Copom não baixasse, porém, poderia gerar especulações do tipo: está acontecendo algo mais grave do que sabemos?"

Com a taxa Selic a 13,75% ao ano, o que muda nos seus investimentos? E para quem fazer empréstimo ou comprar a prestação, a situação melhora?

Para Bruno Carvalho, gerente de renda fixa da Guide Investimentos, a nova taxa ainda é bastante elevada, mantendo a renda fixa como uma boa opção de investimento. "Mas acreditamos que já é possível migrar uma parte maior da carteira de investimentos para a Bolsa", diz.

"Não é para colocar 100% em Bolsa, mas é o momento ideal para ir pesquisando boas empresas, o momento antes da retomada da economia", afirma Rocha.

E para quem faz empréstimos?

Para quem precisa tomar dinheiro emprestado, ainda não há muito o que comemorar. Segundo Rocha, a queda na taxa de juros não deve resultar em taxas mais atraentes para o consumidor no curto prazo.

Veja como ficam os investimentos agora, segundo os especialistas:

Poupança melhora, mas continua ruim

Poupança - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

  • Paga rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Com tendência de queda na taxa de juros e menos inflação, a aplicação se torna menos ruim, mas ainda não é indicada
  • Vantagem da poupança é simplicidade e isenção de Imposto de Renda e taxa de administração
  • "Acho que a poupança é uma aplicação temerária quando há aplicações com o mesmo risco que rendem muito mais", diz Carvalho.

Tesouro Direto é aplicação mais indicada

simbolo do tesouro nacional - Alan Marques/Folhapress - Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

  • Aplicação nos títulos do Tesouro é a mais recomendada por causa da rentabilidade e segurança 
  • O Tesouro Selic, que acompanha a taxa de juros, é aplicação mais recomendada para quem não sabe quando vai precisar do dinheiro. Como sempre tem uma rentabilidade positiva, é indicado para o dinheiro de curto prazo. Rende 100% da taxa Selic e não sofre com alteração diária no preço do papel para baixo ou para cima
  • Tesouro IPCA+, com papéis indexados à inflação, é uma opção para se proteger do custo de vida e garantir juro prefixado. Quanto maior o prazo, maior o sobe e desce do papel. Se mantiver o título até o fim, recebe a taxa contratada
  • Tesouro Prefixado, cuja rentabilidade já é conhecida do investidor no momento da compra, é opção para diversificar. 
  • No Tesouro IPCA e Prefixado, preste atenção ao prazo de vencimento. Quem tirar o dinheiro antes pode perder rendimento
  • Ricardo Rocha e Bruno Carvalho indicam Tesouro Selic para quem precisa do dinheiro no curto prazo e Tesouro IPCA+ para prazos mais longos. Ambos desaconselham o investimento no Tesouro Prefixado no momento porque consideram que é incerto ainda o cenário de queda da taxa de juros. "Não dá para saber o que o Donald Trump (presidente eleito dos Estados Unidos) vai provocar", diz Rocha.

LCAs e LCIs são isentas de IR

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Imagem: Getty Images

  • A maior vantagem de aplicar em LCI e LCA é a isenção de IR
  • A desvantagem: tem que manter o dinheiro aplicado por um período (em geral, três meses). Quanto maior a carência (período no qual o investidor não pode retirar o dinheiro), maior a rentabilidade
  • A recomendação é investir em papéis que paguem pelo menos 90% do CDI. "Uma LCI que pague 92% do CDI em seis meses equivale a uma aplicação que renda 118% do CDI, se considerar que esta vai pagar IR de 22,5%", diz Carvalho.
  • Tem garantia de até R$ 250 mil do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)

CDBs: bancos menores pagam mais

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  • Bancos grandes não estão pagando boas taxas. Para conseguir taxas melhores, o investidor terá que correr mais risco e investir em papéis de bancos menores
  • A recomendação é investir em papéis que pelo menos 102% do CDI.
  • Os grandes bancos estão pagando entre 85% e 90% do CDI para o pequeno investidor; bancos menores chegam a pagar 120% do CDI
  • Para aceitar esse risco, é aconselhável limitar o valor do investimento a R$ 250 mil, atual garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O limite de R$ 250 mil deve contemplar também os juros

Bolsa: investimento de longo prazo

Bovespa - Shin Shikuma/UOL - Shin Shikuma/UOL
Imagem: Shin Shikuma/UOL

  • A queda na taxa de juros favorece a Bolsa, pois aumenta a procura por ativos de maior risco em busca de maior rentabilidade
  • Os especialistas recomendam investir em setores que vão se beneficiar da retomada da economia, como varejo, setor de siderurgia e bancos
  • Para quem não tem nenhum conhecimento, é melhor começar a investir em fundos ou procurar ajuda especializada
  • Quem investir em Bolsa deve ter em mente que esse dinheiro pode sofrer fortes oscilações. Por isso, é melhor para o longo prazo. 

Dólar: só compre se tiver despesas na moeda

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  • Quem tem gastos já programados em moeda estrangeira, como estudos ou viagens ao exterior, pode ir comprando a moeda aos poucos, para fazer um preço médio
  • Se a viagem estiver próxima, a saída é comprar de uma vez para não correr riscos
  • Os especialistas não recomendam comprar dólar como forma de investimento. Para quem quer investir em uma aplicação atrelada a câmbio, há opções como fundos cambiais e fundos nacionais que aplicam na moeda estrangeira