Endividado? Saiba como renegociar o que deve e passar as finanças a limpo
Quem está no vermelho tem pela frente uma missão difícil, mas não impossível, que é colocar a vida financeira nos trilhos.
"Negociar não é apenas ligar para o banco e conversar com o gerente. A lição de casa é importante para saber o tamanho do problema", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Com apoio de especialistas, o UOL traçou o caminho das pedras da renegociação das dívidas. Confira.
1. Conheça sua situação financeira
Faça uma lista com todas as suas despesas fixas (aluguel, luz, água, telefone, internet e alimentação, por exemplo) e das despesas que variam (lazer, por exemplo). Levante todas as contas que estão atrasadas, bem como as dívidas que estão em dia, como financiamento de carro ou casa. Para montar esse diagnóstico, basta ter papel e caneta em mãos ou usar uma planilha no computador.
2. Entenda o que deve
Após listar tudo o que deve, separe as dívidas por empresa e procure cada uma delas para obter todas as informações sobre a dívida: saldo devedor atualizado, Custo Efetivo Total (inclui juros, multas, encargos, impostos e outras taxas embutidas), número de parcelas quitadas e quantas faltam para pagar.
"Nesse momento, é importante não ter medo de encarar as dívidas. Se for preciso, peça ajuda de alguém de confiança, como familiares ou amigos”, indica Raphael Salmi, gerente de recuperação de crédito da Serasa Experian.
3. Enxugue o orçamento
Rever o orçamento é outro passo fundamental. Corte ou reduza o que for possível. Serviços ou produtos pouco usados, como TV por assinatura, podem ser cancelados ou trocados por opções mais baratas. Adotar um padrão de vida mais moderado durante essa fase de ajuste ajuda a ter maior capacidade de pagamento.
4. Priorize dívidas caras
Dívidas como cheque especial e rotativo do cartão de crédito, tradicionalmente conhecidas por terem os juros mais altos, devem ser as primeiras no processo de renegociação.
Mas há exceções: se você estiver com contas básicas em atraso, como luz, água ou mesmo a prestação do financiamento da casa, quite-as primeiro. "Tome cuidado com dívidas que colocam em risco o patrimônio da família", alerta Diógenes Donizete, coordenador do Núcleo de Apoio ao Superendividado do Procon-SP.
5. Procure o credor
Tenha calma na hora de renegociar e deixe bem claro qual é a sua real situação financeira e quanto poderá gastar com as parcelas da renegociação. "Quanto mais o consumidor estiver seguro em sua proposta de renegociação, melhor", afirma Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC.
O ideal é que o acordo seja bom para ambas as partes. É importante saber os limites de pagamento, diz Calife, mas também entender que nem sempre as propostas estarão de acordo com as expectativas. Em alguns casos, dá para fazer uma contraproposta, segundo os especialistas.
Ao negociar, tenha em mãos RG, CPF e cópia de todos os contratos. Dependendo do credor e da dívida, outros documentos podem ser solicitados --por exemplo, o holerite ou comprovante de renda. Guarde também recibos do acordo firmado e de cada pagamento feito, orienta Diógenes, do Procon-SP.
6. Busque apoio
Órgãos de proteção ao crédito e de defesa do consumidor são aliados no processo de renegociação de dívidas. Pela internet, você consegue consultar as dívidas incluídas no banco de dados da Boa Vista SCPC e da Serasa, assim como os contatos e canais de atendimento do credor. Em alguns casos, é possível fechar uma negociação pelo próprio site.
7. Reveja os hábitos
Para que a renegociação seja bem-sucedida e você não volte a ficar com a corda no pescoço, faça um planejamento de longo prazo. "As parcelas da renegociação devem ser incluídas como despesa fixa no orçamento", diz Marcela, do SPC.
Evite assumir novas dívidas ao longo do percurso e dê preferência para pagamentos à vista. Caso precise comprar algo mais caro no curto prazo (em até um ano), tente guardar um pouco de dinheiro por mês na poupança, até conseguir juntar o valor total.
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