Vive no cheque especial? 7 dicas para largar o hábito que arruína o bolso
O cheque especial pode ser um aliado ou um inimigo do seu orçamento: será que você sabe usar corretamente?
Contar com uma linha de crédito pré-aprovado que pode ser usada por até dez dias sem juros, todo mês, é uma oferta que costuma ser irresistível. Porém, essa é uma receita quase infalível de endividamento no longo prazo. Uma dívida de R$ 1.000 quadruplica e vira mais de R$ 4.000 em um ano.
“O cheque especial é uma linha de crédito para ser usada apenas em situações de emergência em um período curto”, ensina Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
“Um exemplo de emergência: se tem de pagar a prestação da casa própria e já está com três parcelas de atraso, correndo o risco de o banco entrar com execução da dívida e retomada do bem", diz.
O cheque especial poderia ser usado para tapar o buraco, mas não para solucionar o problema. É que não se deve contar com o limite do cheque especial todo mês como se fizesse parte do orçamento. “Tem gente que ganha R$ 5.000 e gasta R$ 8.000 todo mês, porque conta com o limite de R$ 3.000 do cheque”, diz.
Se gasta mais do que ganha, todo mês, sem ter planejamento financeiro, qualquer despesa extra pode fazer com que o orçamento estoure, e o consumidor fique endividado.
Aí a coisa fica feia, porque os juros cobrados são altos, só perdendo para o rotativo do cartão de crédito.
O UOL consultou os cinco maiores bancos do país e verificou que as taxas cobradas por essas instituições são as seguintes:
- Banco do Brasil: de 2,20% ao mês a 12,84% ao mês
- Itaú: de 6,74% ao mês a 12,99% ao mês
- Santander: de 2,29% ao mês a 14,99% ao mês
Bradesco e Caixa Econômica Federal não informaram.
Levantamento da Anefac aponta que a taxa média de juros no cheque especial em julho ficou em 12,33% ao mês, enquanto o cartão de crédito chegou a 13,46% ao mês.
Sendo assim, segundo Oliveira, se alguém faz uma dívida de R$ 1.000 no cheque especial, em 30 dias terá de pagar, só de juros, R$ 123,30 (considerando a taxa média medida pela Anefac). “Em um ano, a dívida quadruplica de preço: vai a R$ 4.035,98”, diz.
7 dicas de como usar bem
Confira as dicas de Miguel Ribeiro e do diretor do Itaú Unibanco Flavio Iglesias para usar corretamente o cheque especial:
1) Só use para emergências
As emergências devem ser consideradas como eventos raros. Um rombo no orçamento que acontece todo mês não é uma emergência, mas falta de planejamento.
2) Se precisar usar, que seja por pouco tempo
Se tiver o benefício dos 10 dias sem juros e respeitar, não vai precisar pagar juros. Se não tem o prazo, os encargos começam a partir do primeiro dia de utilização. Quanto mais tempo usar o empréstimo, mais juros vai pagar.
3) Não use como complemento de renda mensal
Se a renda não está suficiente para cobrir as despesas, corte os gastos.
4) Organize seus pagamentos
Iglesias afirma que uma boa maneira de organizar as contas é concentrar todos os vencimentos para o dia seguinte ao do pagamento do salário. Dessa forma, o consumidor ainda tem dinheiro na conta e pode se planejar melhor.
5) Fique de olho na sua conta-corrente
Outra dica de Iglesias é para que o cliente verifique constantemente sua conta-corrente. Dessa forma, acompanha quanto ainda tem na conta e se corre o risco de entrar (ou se já entrou) no cheque especial.
6) Preste atenção ao prazo
Se tem o benefício dos 10 dias sem juros, saiba que se utilizar por 11 dias pagará juros retroativos por todo o período de 11 dias, e não apenas sobre o único dia em que ultrapassou o prazo. Se o fim do prazo ocorrer em um sábado, domingo ou feriado, a pessoa deve cobrir o saldo no último dia útil anterior.
Além disso, mesmo que pague a dívida até o 10º dia, ainda assim terá de pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,0082% ao dia, ou 3,38% ao ano, segundo Oliveira.
7) Renegocie a dívida
Se a situação se complicou e já está devendo sem possibilidade de cobrir o saldo, a melhor recomendação é procurar o banco para negociar outra forma de pagamento.
A melhor opção, segundo Oliveira, é pegar um empréstimo consignado, que possui a menor taxa de juros do mercado (média de 2,30% ao mês, segundo pesquisa da Anefac em julho). Por essa linha e com esses juros, uma dívida de R$ 1.000 poderia ser quitada em 12 parcelas de R$ 96,31, calcula.
Se o cliente não puder lançar mão dessa linha de crédito, vale pedir um empréstimo pessoal (juros médios de 4,31% ao mês, segundo pesquisa da Anefac) ou fazer um parcelamento da dívida com juros menores que os do cheque especial.
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