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Vai começar uma previdência privada? Conheça vantagens e desvantagens

Getty Images/iStockphoto/Surachet99
Imagem: Getty Images/iStockphoto/Surachet99

Danylo Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/03/2018 04h00

Quem está planejando a aposentadoria tem como alternativa investir em previdência privada. Na prática, você vai formar uma reserva financeira para complementar o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no futuro.

Existem dois tipos de planos de previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Antes de contratar um deles, é preciso saber como funcionam para não “comprar gato por lebre”.

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O UOL conversou com Rogério Araújo, especialista em previdência e diretor da TGL Consultoria, e Mário Amigo, professor de finanças da Fipecafi, FIA e Saint-Paul. Veja as principais vantagens e desvantagens dos planos de previdência privada:

Desconto no IR

Quem opta pelo PGBL pode abater até 12% da renda bruta tributável anual no Imposto de Renda, desde que faça a declaração do IR pelo modelo completo e seja contribuinte do INSS.

Esse benefício não vale para quem entrega a declaração simplificada de IR ou investe em VGBL, diz Rogério Araújo, diretor da TGL Consultoria.

O especialista diz que o IR será pago no futuro. No caso do PGBL, o imposto incide sobre o total acumulado (dinheiro aplicado e rendimentos). Já no VGBL, a incidência de IR ocorre apenas sobre os rendimentos.

Planos não têm o chamado “come-cotas”

Tanto PGBL quanto VGBL são isentos do chamado “come-cotas”, cobrança semestral de IR que incide sobre o rendimento de outros fundos de investimento comuns (como os fundos de renda fixa e multimercados) nos meses de maio e novembro. Na prática, diz Araújo, o investidor só será tributado quando houver resgate do dinheiro aplicado.

Investimento de longo prazo

O investimento em previdência privada é de longo prazo, segundo os especialistas. Para quem tem esse objetivo, a recomendação é optar pelo regime de tributação regressivo. “A alíquota de IR cai à medida que se posterga o resgate do dinheiro”, diz Mário Amigo.

Pela tabela regressiva, as alíquotas de IR diminuem conforme o tempo: começam em 35% e caem cinco pontos percentuais a cada dois anos, podendo chegar a 10% para recursos investidos por mais de dez anos. Ou seja, quanto mais tempo ficar no plano, menor será o percentual de imposto a pagar.

Já no regime progressivo, a tabela de alíquotas é a mesma que incide sobre os salários: de zero a 27,5%, percentual máximo para valores acima de R$ 4.664,68.

Previdência privada não entra em inventário

Outra característica é que os planos de previdência privada (PGBL e VGBL) podem ajudar na transmissão de patrimônio. “As reservas acumuladas nos planos não entram em processo de inventário”, diz Araújo.

Assim, em caso de morte do titular, o dinheiro acumulado costuma ser liberado rapidamente aos beneficiários, que são informados pelo titular no momento da contratação do plano.

Taxas altas podem comer rendimento

Ao escolher um plano de previdência privada, é preciso considerar os custos embutidos, como taxa de administração e de carregamento. “Procure planos com taxas menores, mas com bom histórico de rentabilidade”, afirma Araújo.

Segundo os especialistas, há seguradoras que não cobram taxa de carregamento. Portanto, o ideal é pesquisar e comparar as opções oferecidas no mercado.

Previdência privada não vale para curto prazo

Para quem pretende sacar o dinheiro no curto prazo, a previdência privada não é uma boa alternativa. “Quem opta pela tabela regressiva e resolve resgatar o recurso em menos de quatro anos, por exemplo, sofrerá incidência de IR pela alíquota igual ou superior a 30%”, diz Mário Amigo.

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